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Thom Yorke: videoclipe performático de “Lotus Flower”, novo single do Radiohead | Divulgação
Thom Yorke: videoclipe performático de “Lotus Flower”, novo single do Radiohead| Foto: Divulgação

Espontâneo até demais

Na última sexta-feira (18), um dia antes do lançamento digital de The King of Limbs, o Radiohead liberou o videoclipe da primeira música de trabalho do disco, "Lotus Flower".

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O lançamento de um novo álbum da banda inglesa Radio­head é sempre um evento. Desta vez, com o oitavo disco, The King of Limbs, sucessor de In Rainbows (2007), não foi diferente. Anunciado de surpresa na semana passada, o novo trabalho da banda de Thom Yorke (vocal e guitarra), Jonny Greenwood (guitarra, teclado e sintetizadores), Ed O’Brien (guitarra), Colin Greenwood (baixo) e Phil Selway (bateria) foi liberado para download pago no sábado (19) e, a julgar pelas poucas resenhas publicadas na imprensa internacional até o momento, ainda está em fase de digestão.

Sim, porque The King of Limbs, assim como todos os discos do grupo lançados desde Kid A (2000), não é de rápida assimilação. É preciso insistir e procurar perceber todas as nuances da complexa sonoridade que vem sendo desenvolvida pela banda ao longo dos anos. E, para isso, é preciso tranquilidade e, de preferência, bons fones de ouvido.

"Bloom", que abre o disco, parece feita sob medida para espantar ouvintes interessados apenas em hits. De bateria entrecortada e piano fluido, a canção, de tão estranha, parece tocada ao contrário. A atmosfera sonora só fica mais compreensível após a entrada dos vocais reverberantes de Yorke e do baixo jazzístico de Colin.

Mais acelerada, mas quase minimalista, "Morning Mr. Magpie" traz alguns dedilhados típicos dos guitarristas Greenwood e O’Brien. A voz de Yorke vem multiplicada em camadas de sussurros e versos de apoio, mas não há refrão, nem melodia – "roubaram minha magia e levaram minha melodia", canta o vocalista, talvez explicando a ausência.

Na sequência, "Little by Little" traz familiaridade com as atmosferas de In Rainbows. Bastante percussiva e melódica que as anteriores, a canção mostra forte influência do dubstep, ritmo em voga entre formações alternativas experimentais, como Yeasayer e James Blake. Mas o alívio trazido pela sonoridade familiar cai por terra na alienígena "Feral", a mais hermética do disco.

Primeira faixa de trabalho de The King of Limbs, "Lotus Flower", apesar do videoclipe (leia mais no quadro ao lado), aposta em uma atmosfera soturna, que ressalta as qualidades da voz de Yorke, envolta por efeitos, e explica exatamente a sequência das novas canções – "vagarosamente nos desabrochamos, como flores de lótus".

A overdose de elementos cessa nas belíssimas "Codex", comovente balada ao piano, e "Give Up the Ghost, em que o piano dá lugar ao violão. Fechando o disco, "Separator" é uma linda viagem surrealista, guiada pelo baixo e pela melhor melodia do álbum.

No fim das contas, The King of Limbs mais parece um trabalho solo de Thom Yorke do que um disco do Radiohead propriamente dito. Não é melhor que o anterior In Rainbows, mas dá uma sequência coerente ao que a banda vem se propondo a fazer, ou melhor, a experimentar. GGG1/2

Serviço:

The King of Limbs, Radiohead. Independente. Importado. US$ 9 (MP3), US$ 14 (wav). As versões físicas do disco (CD + dois vinis de dez polegadas e vasto material gráfico) custam US$ 48 (com download antecipado em MP3) e US$ 53 (com download antecipado em wav) e serão enviadas a partir de 9/5. À venda apenas no site www.thekingoflimbs.com.

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