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Isso é o Que Ela Pensa: a loucura vista de forma sutil em texto do dramaturgo britânico Alan Ayckbourn | Ligia Jardim/Divulgação
Isso é o Que Ela Pensa: a loucura vista de forma sutil em texto do dramaturgo britânico Alan Ayckbourn| Foto: Ligia Jardim/Divulgação

Teatro

Veja este e outros espetáculos no Guia Gazeta do Povo

  • Ausência é a primeira experiência do curitibano Luís Melo com o teatro gestual e performático, especialidade da Cia. Dos à Deux

Nem só de música se faz a Corrente Cultural. A programação de espetáculos cênicos do fim de semana também está recheada, com estreias importantes do circuito Rio-São Paulo trazidos para os teatros do Sesi (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

A principal é o retorno do ator Luís Melo a Curitiba, com sua peça Ausência, em que o paranaense vive um homem solitário na Nova York de 2036. Encerrado em seu apartamento, às vésperas de um cataclismo cósmico e trajando vestes expressionista-futuristas, ele vive o dilema de tomar ou não a água do aquário, último remanescente fluido a que tem acesso. Nela sobrevive seu peixe vermelho, a quem ele é ligado.

Sem palavras, o ator se desdobra em uma coreografia precisa que representou um desafio: "É um universo com o qual nunca tinha trabalhado – só em coisas parecidas, como falar numa língua inventada", contou Melo à Gazeta do Povo. Foi também a chance de atuar no primeiro espetáculo da dupla Artur Ribeiro e André Curti (da companhia Dos à Deux) em que os performers não atuaram.

"O que me chamava atenção no trabalho deles é a precisão: como uma história pode ser contada usando só recursos do movimento, da manipulação de objetos."

Outro destaque que chega no fim de semana é o drama com pitadas de humor Isso É o Que Ela Pensa. Com texto do dramaturgo inglês Alan Ayckbourn, o espetáculo conta a história de uma mulher (Denise Weinberg) que cai em seu jardim e começa a se relacionar com uma família imaginária idealizada.

O diretor Alexandre Tenó­­rio, que estreou o espetáculo em 2011, lembra que o texto serviu de divisor de águas na carreira do autor britânico – entre comédias mais comerciais e um teatro com temas universais, mais sérios. "Ele fala sobre a loucura, um futuro povoado por máquinas e robôs, a corrupção e os perigos que os jovens correm", contou Tenório à reportagem. A sofisticação da escrita se mostra na manutenção do humor, mesmo com fundo trágico.

Uma opção internacional para a sexta-feira é Ecos do Silêncio, com a atriz inglesa Júlia Varley, do Odin Teatret, da Dinamarca. A performance metateatral aborda o próprio ato de interpretar um texto, revelando as nuances obtidas pela voz do ator. Após a única apresentação, a atriz lança seu livro Pedras D’Água, um caderno de notas em que narra a criação de seus primeiros personagens.

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