Questões enfrentadas com frequência pela sociedade brasileira, como alcoolismo, depressão e ciúme, norteiam a terceira temporada de Sessão de Terapia, que estreia hoje, às 22h30, no canal pago GNT.
A abordagem é decorrente de uma mudança. Pela primeira vez, o seriado ambientado no consultório do terapeuta Theo (Zécarlos Machado) tem seus roteiros produzidos apenas no Brasil."Não existe terceira temporada no original israelense", explica o diretor Selton Mello, referindo-se a BeTipul, produção na qual a série é baseada.
A novidade principal, segundo Jaqueline Vargas, que comanda a equipe de roteiristas, é o desenvolvimento do personagem Theo. Se na temporada anterior ele tinha conflitos com o pai, agora é a vez de ele enfrentar o drama que envolve seu filho Rafael (Johnnas Oliva), que, até então, era citado, mas não aparecia em cena.
"A gente vai ver o protagonista dando um passo além em sua vida. Ele começa a temporada achando que resolveu seus problemas, mas vai se deparar com outras questões", fala Jaqueline.
Theo também vai receber novos pacientes. Entre eles, Bianca (Letícia Sabatella), que chega ao consultório para resolver seu casamento e com marcas no corpo. Longe do consultório de Dora (Selma Egrei) desde o final da última temporada, Theo trocará as sessões que fazia com a colega por um grupo de supervisão de psicólogos, onde estarão Evandro (Fernando Eiras), Guilherme (Celso Frateschi) e Rita (Camila Pitanga).
Para Zécarlos Machado, a nova temporada terá mais suspense, deixando pontos em aberto a serem desvendados nos capítulos seguintes.No entanto, a série não deixará de concentrar seu foco nos diálogos entre terapeuta e pacientes.
Inquietude
Para dar a essas cenas a tensão necessária, Selton Mello faz uma direção artesanal. "Eu trabalho quase fala a fala. A fluidez que se vê no ar só acontece depois de um trabalho minucioso, pedaço por pedaço." Para ele, Sessão de Terapia também exige que os silêncios sejam valorizados. "Os tempos são preenchidos com o que está por trás daquelas palavras", frisa.
Machado diz que muitas situações são resolvidas no set. E lembra que já aconteceu de ele demorar para encontrar o tom certo de uma fala."O Selton botou uma música específica, fez um silêncio absoluto e me deu um tempo para entrar nas camadas sensoriais que eu queria atingir. É um trabalho rico, fascinante, mas também exigente."