• Carregando...
Jornalista José de Melo, diretor da rádio E-Paraná: “ilha de música de qualidade em meio àquilo que o mercado impõe”. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Jornalista José de Melo, diretor da rádio E-Paraná: “ilha de música de qualidade em meio àquilo que o mercado impõe”.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Entre as mais de 20 emissoras de FM de Curitiba, muitas têm uma programação tão parecida que é difícil diferenciar uma da outra.

Com a rádio E-Paraná, a coisa é diferente: ao escutar um velho samba, um concerto erudito pontuado por explicações técnicas de um maestro, um clássico do jazz ou a nova banda pop de Israel, o ouvinte sabe que sintonizou a frequência 97.1 que no mês passado completou 60 anos no ar.

Linha do tempo

Conheça a história da E-Paraná em décadas

Leia a matéria completa

A liberdade da programação reflete no Ibope. Enquanto as emissoras líderes do mercado têm em média 100 mil ouvintes por minuto, a E-Paraná tem média de 6 mil.

Números que não incomodam o atual diretor da rádio, o jornalista José de Melo. “Não é uma rádio para a maioria. Por sermos vinculados a uma política cultural de Estado, não precisamos ceder ao mercado e temos respaldo para manter uma programação mais preocupada com a música como arte e propagadora da cultura”, explica.

“Temos um diálogo com nossos ouvintes que sempre veem a emissora como uma ilha de música de qualidade em meio àquilo que o mercado impõe”, diz Melo.

Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Ele explica que o perfil dos ouvintes da rádio E-Paraná é de pessoas das chamadas classes A e B, com ensino superior e que gastam parte de seu orçamento consumindo cultura: comprando livros, acompanhando os lançamentos de discos, indo a peças e concertos. Ele diz, porém, que isso não torna a rádio elitista e que a maior parte da programação é voltada para a cultura popular antiga e contemporânea.

Acervo

Desde setembro de 2013, o acervo musical da Rádio E-Paraná foi tombado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Cepha) como bem cultural do Estado. O acervo é composto por 15 mil LPs de música clássica e popular, 12 mil CDs e outras 25 mil músicas digitalizadas. Além de aquisição própria, a rádio recebe com frequência doações de discotecas particulares. A discoteca da Rádio E-Paraná leva o nome do historiador e pesquisador ponta-grossense Alceu Schwab.

Para Melo, a rádio chega aos 60 anos mais eclética e com menos ingerência política que do que nunca.

Hoje a rádio apresenta apenas um boletim de informes do poder executivo por dia. “Independentemente de situações políticas – às vezes turbulentas –, a rádio conquistou uma autonomia pela qualidade de sua programação”, disse.

A joia da coroa dessa senhora sexagenária é o acervo de discos de vinil, CDs e arquivos de áudio que foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual em 2013.

“O tombamento veio legitimar as diretrizes que a radio teve na maior parte de sua história”, afirma Melo, que começou a trabalhar na rádio em 1981 como office-boy e ocupa a direção pela segunda vez.

Ele também destaca o ecletismo da grade de programação. “Temos programas apresentados por três maestros de música erudita, muitos de música étnica, de rock, dedicados à música brasileira, olhando para o passado, mas com intenção de ser contemporâneos. Uma rádio pública precisa transmitir diversidade”, diz.

Lista

3 programas imperdíveis da rádio E- Paraná:

1. Então foi assim...

Domingo, às 13h – Mostra como foram criados os clássicos da MPB;

2. O Maestro Explica

Domingo, às 12h – Maestro Osvaldo Colarusso comenta seleção de música clássica;

3. Va Pensiero

Segunda-Feira, às 21h – Música e cultura italiana, antiga e atual.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]