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Aos 70 anos e esbanjando energia, o Tremendão ressurge com disco de inéditas | Divulgação
Aos 70 anos e esbanjando energia, o Tremendão ressurge com disco de inéditas| Foto: Divulgação

Ele é roqueiro, está solteiro e diz que suas noites de amor às vezes duram dois dias inteiros. No duro. Trata-se de Erasmo Carlos, o Tremendão que, aos 70 anos, volta a fazer barulho com Sexo, álbum temático sobre ?uma coisa divina, que remete à criação, que faz a vida, mas que a religião transformou em pecado e a indústria, em bagunça?.

Veja o vídeo de lançamento do disco Sexo, de Erasmo Carlos

O álbum de doze faixas sai pela Coqueiro Verde, a gravadora que toca com seu filho, Léo Esteves. Mais do que temático, o disco é conceitual. Ao lado de Arnaldo Antunes (?poeta imenso?), Adriana Calcanhoto (?uma visão feminina?) e Nelson Motta, Liminha e Chico Amaral (?parceiros antigos?), Erasmo consegue ser doce e sacana na mesma medida. ?Bicho, o Big Bang foi a primeira manifestação de sexo do universo porque ele gerou muita coisa. Meu propósito não é fazer sensacionalismo, não é usar linguagem chula. É fazer algo digno, que trata o sexo como instituição suprema?, contou o músico, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo. Completam a turma de parceiros o designer Ricardo Leite ? que criou a malandra capa do álbum, em que a impressão digital de um coração surge sob uma fenda ?, e o cineasta Cacá Diegues, agora também se aventurando pelo mundo dos videoclipes.

Para Erasmo, sexo é bom de qualquer jeito. ?Kamasutra?, com letra de Arnaldo Antunes, abre a obra citando posições improváveis. ?Trapézio/ carrinho de mão/ de mãos dadas num improvável caranguejo?, canta. É um rock dos bons, simples e debochado. E o Tremendão-Taradão diz que experiência no as­­sunto não lhe falta.

?Antigamente ia direto ao ponto turístico, hoje em dia não. Vou primeiro na periferia, faço umas compras nos camelôs da esquina, subo morro, desço morro, mergulho na floresta e só aí eu chego no Pão de Açúcar?, metaforiza ele, sobre o que cosidera uma ?arte?.

O disco prossegue com a bonita ?Sentimento Exposto?, em que Erasmo filosofa sobre a beleza interior, ainda que à sua maneira ? ?o amor do meu avesso era melhor que o meu? ?, ?E Nem Me Disse Adeus?, mais sexy do que sexual. No fim, uma espécie de síntese libertadora. ?Não fui planejado/ não to nem aí/ o prêmio do embrião foi gozar a vida?, canta um Erasmo vigoroso em ?Sexo É Vida?. ?A pergunta que fica é por que uma coisa tão divina é encarada como tabu??, questiona o Tremendão, que escolheu ?Apaixocólico Anônimo? como a música que o representa hoje. ?Ela é uma ode ao sexo oral. A terra precisa ser arada pra receber as sementes?.

Na ativa

Um punhado de músicas de Erasmo, com ou sem o brasa Roberto Carlos e mais ou menos picantes, já trataram do dito tema. ?Cavalgada?, ?O Côncavo e o Convexo?, ?Os Seus Botões? e ?Café da Manhã?, por exemplo. ?Todas as minhas músicas são ligadas a sexo porque ele é a principal porta de entrada para o amor?, explica.

Com o novo disco, a distância em relação ao antigo parceiro parece aumentar, em todos os sentidos. Erasmo diz que o outro Carlos é uma pessoa muito diferente. ?Se repararem no meu trabalho, vão ver que fui muito mais ousado no que fiz?, brada.

Distante da tecnologia, Roberto Carlos ainda não ouviu o disco. ?No meu site têm algumas músicas. Mas o Roberto não sabe mexer em computador, então acho que não vai ouvir mesmo?.

Com Sexo? que sucede o ótimo Rock?N Roll, lançado em 2009 ?, seu trabalho ativo na gravadora Coqueiro Verde e a jovem banda que o acompanha, Filhos da Judith, Erasmo sai definitivamente do limbo da música brasileira. E mostra que está sempre pronto para outra.

Serviço:

Sexo. Erasmo Carlos. Coqueiro Verde. R$ 24,90. Rock

Veja abaixo o vídeo de lançamento do disco Sexo, de Erasmo Carlos:

CADERNO G - Clip Erasmo Carlos

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