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Rogério Sganzerla surge como “matéria viva” no filme de Pizzini | Catherine Benamou/Arquivo
Rogério Sganzerla surge como “matéria viva” no filme de Pizzini| Foto: Catherine Benamou/Arquivo

Programação

Confira a programação de hoje do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba:

14h – Cinemateca

• Olhar RetrospectivoNoite de Estreia, de John Cassavetes. EUA, 1978, 144 min., ficção.

16h45 – Cinemateca

• Olhar RetrospectivoSombras, de John Cassavetes. EUA, 1960, 87 min., ficção.

19h – Guairinha

Sessão de Abertura

• Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz, de Joel Pizzini Brasil, 2011, 90 min., documentário. Fora de competição.

Seminário

• Tecnologias e Fluxos de Produção de Cinema com Câmeras Super 35mm Digital HD e 4K.

Sesc Paço da Liberdade (Pça. Generoso Marques, s/nº), das 13h30 às 15h30. Com Erick Soares, engenheiro de suporte e vendas da Sony.

Há muitas razões capazes de explicar a escolha de Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz, de Joel Pizzini [diretor de 500 Almas], para ser o longa-metragem de abertura do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, que até dia 4 de junho vai exibir 73 filmes de vários países. A produção, que será exibida hoje, às 19 horas, no Guairinha, reúne qualidades com as quais os propósitos do evento se identificam: é uma obra de espírito independente, que foge a qualificações convencionais, mesclando traços de documentário e ensaio. Tudo isso para falar de um realizador ímpar na trajetória do audiovisual brasileiro, o cineasta catarinense Rogério Sganzerla (1946-2004), criador de O Bandido da Luz Vermelha (1968), um clássico.

Em entrevista à Gazeta do Povo, concedida por telefone, do Rio de Janeiro, Pizzini acrescentou outros motivos à lista que fazem de seu filme-ensaio o título perfeito para inaugurar o festival. Na obra, há imagens de um curso ministrado por Sganzerla, em 1982, na então Cinemateca do Museu Guido Viaro. E o próprio Pizzini, embora tenha nascido no Rio de Janeiro, em 1960, tem parte de sua história escrita em Curitiba, onde se formou em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná. Durante o curso, aliás, teve seu primeiro contato pessoal com Sganzerla.

O projeto de Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz, conta Pizzini, nasceu há três anos, quando ele foi convidado pelo Itaú Cultural a fazer a curadoria de uma exposição em São Paulo sobre o cineasta catarinense, natural da cidade de Joaçaba, para a série Ocupação, que já contemplou talentos como o poeta Paulo Leminski e o músico e compositor Itamar Assumpção. Para isso, ele teve de mergulhar na vida e no legado intelectual e artístico do diretor.

Como a proposta do Itaú Cultural também incluía a realização de um filme, o diretor optou por fugir do formato mais convencional do documentário biográfico e resolveu arriscar uma abordagem diferente, mais ousada. O filme é narrado em primeira pessoa, pelo próprio Sganzerla, a partir da utilização de fragmentos de depoimentos e falas, garimpados por Pizzini, e, às vezes, nas vozes de figuras importantes em sua carreira, como José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e Zé Bonitinho, personagem vivido por toda uma vida pelo comediante carioca Jorge Loredo.

Em vez de criar uma narrativa linear, Pizzini buscou se aproximar de Sganzerla a partir da relação que o cineasta teve, ao longo de sua carreira, com quatro ícones da cultura, por quem era fascinado: o cineasta e ator Orson Welles, sobre quem fez alguns filmes; o guitarrista Jimi Hendrix; o compositor Noel Rosa; e o escritor Oswald de Andrade.

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