Programação
Confira a programação de hoje do Olhar de Cinema Festival Internacional de Curitiba:
14h Cinemateca
Olhar RetrospectivoNoite de Estreia, de John Cassavetes. EUA, 1978, 144 min., ficção.
16h45 Cinemateca
Olhar RetrospectivoSombras, de John Cassavetes. EUA, 1960, 87 min., ficção.
19h Guairinha
Sessão de Abertura
Mr. Sganzerla Os Signos da Luz, de Joel Pizzini Brasil, 2011, 90 min., documentário. Fora de competição.
Seminário
Tecnologias e Fluxos de Produção de Cinema com Câmeras Super 35mm Digital HD e 4K.
Sesc Paço da Liberdade (Pça. Generoso Marques, s/nº), das 13h30 às 15h30. Com Erick Soares, engenheiro de suporte e vendas da Sony.
Há muitas razões capazes de explicar a escolha de Mr. Sganzerla Os Signos da Luz, de Joel Pizzini [diretor de 500 Almas], para ser o longa-metragem de abertura do Olhar de Cinema Festival Internacional de Curitiba, que até dia 4 de junho vai exibir 73 filmes de vários países. A produção, que será exibida hoje, às 19 horas, no Guairinha, reúne qualidades com as quais os propósitos do evento se identificam: é uma obra de espírito independente, que foge a qualificações convencionais, mesclando traços de documentário e ensaio. Tudo isso para falar de um realizador ímpar na trajetória do audiovisual brasileiro, o cineasta catarinense Rogério Sganzerla (1946-2004), criador de O Bandido da Luz Vermelha (1968), um clássico.
Em entrevista à Gazeta do Povo, concedida por telefone, do Rio de Janeiro, Pizzini acrescentou outros motivos à lista que fazem de seu filme-ensaio o título perfeito para inaugurar o festival. Na obra, há imagens de um curso ministrado por Sganzerla, em 1982, na então Cinemateca do Museu Guido Viaro. E o próprio Pizzini, embora tenha nascido no Rio de Janeiro, em 1960, tem parte de sua história escrita em Curitiba, onde se formou em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná. Durante o curso, aliás, teve seu primeiro contato pessoal com Sganzerla.
O projeto de Mr. Sganzerla Os Signos da Luz, conta Pizzini, nasceu há três anos, quando ele foi convidado pelo Itaú Cultural a fazer a curadoria de uma exposição em São Paulo sobre o cineasta catarinense, natural da cidade de Joaçaba, para a série Ocupação, que já contemplou talentos como o poeta Paulo Leminski e o músico e compositor Itamar Assumpção. Para isso, ele teve de mergulhar na vida e no legado intelectual e artístico do diretor.
Como a proposta do Itaú Cultural também incluía a realização de um filme, o diretor optou por fugir do formato mais convencional do documentário biográfico e resolveu arriscar uma abordagem diferente, mais ousada. O filme é narrado em primeira pessoa, pelo próprio Sganzerla, a partir da utilização de fragmentos de depoimentos e falas, garimpados por Pizzini, e, às vezes, nas vozes de figuras importantes em sua carreira, como José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e Zé Bonitinho, personagem vivido por toda uma vida pelo comediante carioca Jorge Loredo.
Em vez de criar uma narrativa linear, Pizzini buscou se aproximar de Sganzerla a partir da relação que o cineasta teve, ao longo de sua carreira, com quatro ícones da cultura, por quem era fascinado: o cineasta e ator Orson Welles, sobre quem fez alguns filmes; o guitarrista Jimi Hendrix; o compositor Noel Rosa; e o escritor Oswald de Andrade.
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