A festa do Prêmio Shell deste ano terminou sem um único grande vencedor. Em sua 24.ª edição, a premiação preferiu contemplar, de forma aparentemente equilibrada, os maiores destaques da cena alternativa paulistana
Responsável pelo sucesso underground Luís Antônio-Gabriela, Nelson Baskerville foi escolhido como melhor diretor. O espetáculo havia recebido o maior número de indicações deste ano: autor, direção, ator, figurino e iluminação. Baseada na história familiar do encenador, a montagem trata de seu irmão transexual. "Agradeço ao júri por ter visto no espetáculo mais do que um desabafo, uma possibilidade estética", disse Baskerville, após receber o troféu.
Pelo segundo ano consecutivo, Leonardo Moreira mereceu o prêmio de melhor autor. O jovem dramaturgo, que havia sido premiado em 2011 por Escuro, voltou a ser reconhecido por O Jardim. A peça, uma das criações mais notáveis do último ano, também foi reconhecida pelo Shell por seu cenário, assinado por Marisa Bentivegna. Em seu discurso, Moreira fez questão de frisar o caráter coletivo de sua dramaturgia. "Não é um prêmio meu, é um prêmio nosso", declarou o autor, referindo-se aos seus companheiros da Cia. Hiato.
Como melhor ator de 2011, o júri escolheu Rodrigo Bolzan. O intérprete, que acumula passagens por destacados coletivos de São Paulo, como a Cia. do Latão e o núcleo Argonautas, foi premiado por sua atuação em Oxigênio - um espetáculo da curitibana Cia. Brasileira de Teatro. "É importante ver reconhecido um trabalho que não é nem do Rio nem de São Paulo", observou Bolzan.
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