"Bahia! Paraná! Minas! São Pauloooo!". Os gritos de Bono acirraram os ânimos regionalistas. A banda entrou às 21h40 com o estádio do Morumbi cheio, cerca de 90 mil pessoas. Tocando Even Better Than The Real Thing, estava oficialmente aberta a temporada da aranha mecânica em São Paulo. Chegava uma das mais aguardadas turnês da atualidade, o show U2 360º.
Pouco antes de o grupo entrar caminhando pela estrutura que é parte forma de aranha, parte nave espacial, parte uma gigantesca catedral, os equipamentos de som tocaram Trem das Onze, de Adoniran Barbosa, cantado em coro pelo público. "Soooou filho únicooooo", gritavam. Depois, veio a senha para o início do show: a execução mecânica de Space Oddity, de David Bowie, um chamado para a pequena odisseia espacial do U2. O telão mostrava a banda caminhando em direção aos instrumentos e o público delirava.
Em seguida, veio I Will Follow, aquela que ganhou a participação mais ativa do público, seguida de canções do disco novo, como a música título No Line in the Horizon. O U2 emendava hit atrás de hit, como Misterious Way, Elevation, I Still Haven't Found What I Looking For, e a plateia ensandecida entrava de cabeça nesse gigantesco "transformer do rock".
Quando o quarteto irlandês subiu ao palco a chuva já tinha parado. Antes disso, o trio britânico Muse tocou, em pouco mais de 40 minutos, hits como Supermassive Black Hole, United States of Eurasia, Time Is Running Out e Plug in Baby. O telão circular foi o primeiro item da superestrutura do U2 a entrar em ação, mas o Muse foi prejudicado pela qualidade do som. A essa altura, pensava-se que coisas do tipo não ocorresse mais com bandas de abertura.