Quando foi lançado em 2001, Shrek representava algo de novo no gênero animação, que naquele momento conquistava cada vez mais o público, começando a arrecadar grandes bilheterias. Ao invés de personagens fofinhos, o longa da Dremworks trazia como protagonista um ogro verde, mal-educado e maltrapilho, que tinha como parceiro um burro que falava pelos cotovelos. Além de ser politicamente incorreto, o desenho zoava com as animações certinhas feitas pela concorrente Disney. A consagração veio com a vitória no primeiro Oscar de longa-metragem de animação, batendo a tradicional casa do Mickey.
Em Shrek 2, já não havia mais surpresas e a história foi centrada na sátira de algumas produções conhecidas. Mas o desenho tinha um achado: o personagem Gato de Botas, um esperto conquistador barato, também politicamente incorreto, dublado pelo espanhol Antonio Banderas.
Para manter a franquia em alta, era preciso outra grande novidade. Mas não é o que acontece em Shrek Terceiro, que estréia hoje no Brasil. Os produtores optaram pelo caminho mais fácil, visando agradar os públicos de todas as idades, e Shrek virou um filme-família, com direito a todos as lições de moral que uma produção do gênero costuma apresentar, subvertendo sua origem anárquica.
Shrek (agora dublado no Brasil por Mauro Ramos, profissional da área que substitui Bussunda, morto no ano passado) pretende voltar com Fiona para o pântano depois do casamento. Mas o rei morre e o monstro deve assumir as tarefas de soberano de Tão Tão Distante. Para fugir da responsabilidade, ele tenta achar um outro herdeiro do trono, Artie, um primo distante de Fiona. Encontra um garoto franzino, motivo de chacota na escola em que estuda. Enquanto isso, o Príncipe Encantado reúne os vilões das história infantis (Capitão Gancho, Rainha Má) para se vingar pela morte da mãe (Fada Madrinha) e conquistar o reino. A diversão do filme fica por conta do medo de Shrek de ter filhos Fiona anuncia que está grávida e algumas trapalhadas do Burro Falante e do Gato de Botas.
Completamente "domado", Shrek serve de mentor para o inseguro Artie, dando conselhos e exemplos de vida, e até se sacrificando pelo garoto. Um exemplo de como os produtores foram fundo no politicamente correto é a seqüência final do desenho, quando Artie faz um discurso para tentar convencer os vilões a não ser maus. Se fosse no primeiro filme, certamente o rapaz seria rechaçado de forma hilária.
A franquia deve ter um novo capítulo em 2010. Mas a esperança de uma volta da anarquia está no filme-solo do Gato de Botas, que também deve ser lançado no mesmo ano. GG1/2
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