Shrek e Fiona têm que assumir responsabilidades de soberanos de Tão Tão Distante no novo filme da série.| Foto: Fotos: Divulgação

A bailarina e coreógrafa Dani Lima lembra que, ao realizar uma oficina sobre regras de convivência em grupo, em Belo Horizonte, um incauto participante achou que faria algo semelhante a uma terapia. Não estava certo – e nem tão enganado, como se compreenderá ao fim da leitura.

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A oficina chega a Curitiba como parte integrante do espetáculo de dança Vida Real em 3 Capítulos. Capítulo 2 – Manual de Instruções, que a Companhia Dani Lima, do Rio de Janeiro, apresenta hoje, sábado e domingo, na Casa Hoffmann.

Como o próprio nome indica, a montagem é a segunda parte de uma trilogia de peças independentes, que discutem temas comuns como a investigação de significados para o termo "identidade" e o resgate das memórias individuais.

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O espetáculo foi escolhido para ser apresentado aqui por ser o mais viável da série. O primeiro capítulo é encenado por um único ator para um só espectador, em um apartamento. "A identidade se constrói a partir do contato, de ações criadas para serem feitas juntas", conta Dani Lima. O último capítulo é formado por instalações feitas a partir dos resultados do primeiro espetáculo.

No capítulo 2, o jogo continua, mas, desta vez, a interação é apenas entre os cinco artistas-criadores em cena: André Masseno, Michelle Moura, Mônica Burity, Renato Cruz e Vivian Miller. Cada um têm uma trajetória diversa – artista de rua, ator, bailarino clássico, de jazz e ritmos brasileiros, de dança moderna e performance. "Eles trabalham no palco as instruções que cada um recebeu para se tornar bailarino, que codificaram seus corpos", explica Dani.

O grupo escolheu um dos jogos físicos de aquecimento realizados durante os ensaios para improvisar no palco. Como todo jogo, ele vem acompanhado de um manual de instruções – no caso, um conjunto de regras que estabelecem como se deve proceder no espaço e no tempo especificado. "Os artistas têm autonomia de decisão, mas ao mesmo tempo dependem das ações dos outros, o que cria o convívio social", diz a bailarina.

Ao conceber um espetáculo feito de jogos e desafios, ela quis discutir questões como "quais são as regras que valem para um grupo?", "o que nos constitui como indivíduos, bailarinos, família, brasileiros?". "As escolhas que você fez na vida formam sua identidade", conta. Na dança, por exemplo, há os que preferem sapatilhas, os que usam tênis e os que preferem pés descalços. A movimentação do elenco vai revelando, aos poucos, as identidades de cada um. "As diferenças podem gerar preconceito", diz a bailarina.

O grupo joga com o público na oficina Regras de Convivência em Grupo, que será realizada gratuitamente, no dia 16, às 10 horas, no Cafofo Couve-Flor (Rua Presidente Faria, 266). Inscrições pelo telefone (41) 9624-7077. Não é terapia. Mas pode ser também.

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Serviço: Vida Real em 3 Capítulos. Capítulo 2 – Manual de Instruções. Casa Hoffmann (Rua Claudino dos Santos, 58 - Largo da Ordem), (41) 3321-3228/ 3321-3232. Dias 15, 16 e 17, às 20 horas. R$ 10 e R$ 5 (meia).