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São Paulo (AE) – Muito antes da onda "revival anos 80" que vem trazendo de volta as festinhas regadas a Gretchen, Voyage, Sidney Magal, o webdesigner Antônio Carlos Cabrera já colecionava preciosidades destes ícones pop e de outros, que fizeram a alegria de gerações que cresceram ouvindo Frenéticas e Bee Gees, assistido a Perdidos no Espaço, beberam Fanta Guaraná e Grapette, ou brincaram com o Forte Apache, Comandos em Ação e Playmobil.

A paixão virou hobby quando Cabrera tentou descobrir na ainda incipiente internet se havia alguma informação sobre um de seus preferidos: o desenho animado Príncipe Planeta, dos anos 60. "Encontrei só em japonês. Mas não conseguia ler. Então, decidi montar minha própria página." Aos poucos, foi incluindo outros personagens e desenhos.

E assim nasceu a Mofolândia, um site que recebe de duas a três mil visitas diárias de saudosos do Brasil e da Europa em busca "daquela imagem da antiga latinha de Coca-Cola", daquela foto do National Kid, da embalagem do chocolate Kri, da capa do disco do Bozo... "Não me atenho só aos anos 80. Como fui criança nos anos 70, sempre me interessei por desenhos, discos e séries mais antigas. Incluo coisas dos anos 40, 50 e 60 até os anos 2000."

A brincadeira ficou séria e acabou virando um livro, que chegou há pouco às lojas: Mofolândia (Panda Books, R$ 25,50). "Na internet, posso incluir informações mais resumidas. No livro está tudo detalhado. E pode ser um guia divertido para dar para um amigo, para folhear quando der vontade de relembrar coisas engraçadas que marcaram as décadas de 40 até hoje", conta o autor, que tem 39 anos e também é formado em Psicologia.

Engana-se quem pensa que Cabrera é um nostálgico intransigente. "Não acho que vinil é melhor do que CD e adoro tecnologia. Adoro relembrar coisas divertidas do passado. Quando se é mais jovem, tudo é absorvido com muita avidez. Por isso essas brincadeiras, músicas e objetos nos trazem memórias tão boas", aconselha ele, que aponta seu item preferido da mofolândia: "Com certeza o Perdidos no Espaço. A dublagem brasileira é, aliás, considerada a melhor do mundo."

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