Myles Kennedy e Slash no Curitiba Master Hall: dupla infernal| Foto: Marcos Mancini

Set List

1) Ghost

2) Mean Bone (Slash’s Snakepit)

3) Been There Lately (Slash’s Snakepit)

4) Nightrain (Guns N’ Roses)

5) Rocket Queen (Guns N’ Roses)

6) Civil War (Guns N’ Roses)

7) Back From Cali

8) Beggars & Hangers (Slash’s Snakepit)

9) Nothing To Say

10) Starlight

11) Doctor Alibi

12) Watch This

13) Rise Today (Alter Bridge)

14) My Michelle (Guns N’ Roses)

15) Patience (Guns N’ Roses)

16) Solo + Godfather Theme + Sweet Child O’Mine (Guns N’ Roses)

17) Slither (Velvet Revolver)

BIS:

18) By The Sword

19) Mr. Brownstone (Guns N’ Roses)

20) Paradise City (Guns N’ Roses)

CARREGANDO :)

Do último dia 5 até o próximo dia 17, teremos vivido as duas semanas mais bem servidas de shows internacionais de rock em muitos anos em Curitiba: Iron Maiden no dia 5, Avenged Sevenfold no dia seguinte, Slash dois dias depois e finalmente o Motörhead, que encerra a maratona no próximo domingo no Curitiba Master Hall. Haja fôlego (e grana!)...

Mas hoje o assunto é a apresentação antológica do guitar hero Slash no mesmo Curitiba Master Hall, na última sexta-feira. As mais de três mil pessoas que estiveram lá saíram de alma lavada – principalmente aquelas que, como eu, chegaram preparadas para ouvir duas ou três músicas do Guns N’ Roses salpicadas no meio das composições do álbum solo e das duas outras bandas do guitarrista, Slash’s Snakepit e Velvet Revolver.

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Foram nada menos que oito petardos do Guns nas vinte músicas apresentadas – sendo seis do destruidor álbum de estreia, Appetite for Destruction ("Nightrain", "Rocket Queen", "My Michelle", "Sweet Child O’Mine", "Mr. Brownstone" e "Paradise City"), uma do GN’R Lies ("Patience") e uma de Use Your Illusion II ("Civil War"). Completaram o set list sete composições do álbum Slash, três do Snakepit, uma do Velvet Revolver (a ótima "Slither") e uma da Alter Bridge, a banda do vocalista convidado, Myles Kennedy.

O cara, aliás, merece atenção especial. Chegou pianinho, com a gigantesca e ingrata missão de evitar que os fãs do Guns N’ Roses sentissem muita falta de Axl Rose – que detém o nome à frente de um grupo completamente desfigurado, com quem vai se apresentar no Rock in Rio, em outubro.

Pois o cantor de 41 anos deu conta do recado, e com louvor. Já na primeira prova, "Nightrain", mostrou que não devia nada ao irascível ex-companheiro de Slash. E na sequência, em "Rocket Queen", sepultou de vez qualquer desconfiança que ainda pudesse existir na plateia. Com potência e alcance vocais impressionantes – superiores aos de Axl Rose ao vivo –, Myles arrebentou. As "viúvas" do vocalista original talvez tenham achado o timbre de Myles muito "limpo" nas músicas do Guns, mas é implicância. É certo que ele foi infinitamente mais discreto que Axl (até porque o show era de Slash), e felizmente não tentou imitá-lo – aboliu inclusive o assovio em "Patience". Talvez por isso, conquistou a galera.

Slash, por sua vez – e para desespero de Axl –, continua exatamente o mesmo. Tanto física quanto tecnicamente. Não tem nem cabelos brancos, ainda que por obra de algum genérico do Grecin 2000. A única diferença em relação ao cara que corria pelos palcos em 1992, na turnê Use Your Illusion, é um abdome ligeiramente mais saliente, as tatuagens extras e a ausência (pelo menos durante o show) do inseparável Marlboro pendurado na boca. A cartola, a cabeleira, a Gibson Les Paul, a performance e os solos alucinantes continuam exatamente iguais.

O irônico é que, se o Guns N’ Roses original não tivesse se despedaçado, possivelmente nós nunca teríamos a chance de ver o seu lendário guitarrista tão de perto. Afinal, um cara que só tocava em estádios gigantescos nunca viria se apresentar no Curitiba Master Hall (com todo o respeito pela casa). Pensando bem, talvez tenhamos que agradecer ao Axl Rose...

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