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O primeiro jogo foi uma verdadeira "guerra", mas o Paraná saiu vitorioso com o convincente placar de 2 a 0 | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
O primeiro jogo foi uma verdadeira "guerra", mas o Paraná saiu vitorioso com o convincente placar de 2 a 0| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

Curiosidades

• Ainda jovem, Raul passou a tocar trombone na banda da Fábrica de Tecidos Bangu, na qual também trabalhava como operário. "Levava o meu trombone para a fábrica e o pessoal logo se reunia à minha volta para que eu tocasse. O chefe não gostava nem um pouco. Até que um dia disse: ‘Ou você volta para a máquina ou fica de vez com esse trombone’. Escolhi a segunda opção", conta.

• Insatisfeito com a afinação padrão dos trombones em si bemol, Raul decidiu criar um trombone elétrico armado em dó e com quatro válvulas, invenção elaborada nos anos 70 e batizada de Souzabone.

A lista é longa. Pixinguinha, Sivuca, Altamiro Carrilho, Ary Barroso, Baden Powell, Edson Machado, Zé Bodega, Sérgio Mendes, Airto Moreira, Hermeto Pascoal, Flora Plurim, Milton Nascimento, Maria Bethânia, Roberto Carlos, Cannonball Adderley, Lionel Hampton, Sarah Vaughan, George Duke, Stanley Clarke, Ron Carter, Frank Rosolino, Sonny Rollins, Freddie Hubbard e Hubert Laws são apenas alguns dos grandes nomes da música nacional e internacional que tiveram a honra de dividir o palco e contar com os acordes únicos do trombonista carioca Raul de Souza em suas canções.

Verdadeira lenda do jazz (leia mais no quadro acima), João José Pereira de Souza (nome de batismo, mudado para Raul de Souza graças a uma sugestão do compositor de "Aquarela do Brasil", Ary Barroso) apresenta-se hoje e amanhã, no Beto Batata do ParkShopping Barigüi, ao lado do quarteto curitibano Na Tocaia – formado pelos músicos Glauco Sölter (baixo), Mário Conde (guitarra e cavaquinho), Jeff Sabbag (teclado) e Endrigo Bettega (bateria) – com quem gravou Jazzmim, seu mais recente álbum (11.º de sua discografia-solo), lançado pela gravadora Biscoito Fino, no ano passado.

"Sempre tive a sorte de poder tocar ao lado de músicos extraordinários ao longo da minha carreira. Só faltou mesmo o Coltrane, mas aí seria a mesma coisa que estar ao lado de Deus", brinca o músico de 72 anos, em entrevista ao Caderno G.

O encontro entre o trombonista, nascido e criado nos subúrbios cariocas de Campo Grande e Bangu, e os jazzistas curitibanos não se deu nem na capital fluminense, nem em Curitiba. A parceria teve origem na França, mais especificamente na casa de shows Duc des Lombards, em Paris, onde Raul teve um breve encontro com o baixista Glauco Sölter. "Ele se apresentou, disse que era de Curitiba, e eu logo o reconheci. Pedi para que ficasse até o final da minha apresentação para que pudéssemos conversar mais. Eu estava precisando de um grupo brasileiro para uma série de concertos que faria por aí. Lembro que estava muito frio e o Glauco usava um gorro de lã, mas naquela época ele ainda tinha cabelo", debocha o veterano, entre risos.

A parceria acabou gerando seis das nove canções que compõem Jazzmim, trabalho que mescla a tradição suingada do trombone de Raul com a musicalidade do jazz elétrico de influência norte-americana praticada pelo quarteto local.

Mas, a relação de Raul com Curitiba vem de longa data. Apesar da ótima recepção à sua primeira gravação – feita no Rio de Janeiro, em 1957, com Altamiro Carrilho e o grupo Turma da Gafieira – o músico não conseguia sobreviver de seu talento.

No ano seguinte, ingressou na Força Aérea Brasileira, mudando-se para Curitiba, onde permaneceu de 1958 a 1963, como responsável pela organização da banda da corporação na base aérea do Bacacheri. Aqui, tornou-se conhecido como Raul do Trombone. Seus laços paranaenses vão ainda mais longe graças às duas filhas, um filho e aos quatro netos que residem na capital paranaense e dos quais o trombonista não consegue ficar longe por muito tempo. "Eu me considero o que o pessoal daí chama de ‘bicho do Paraná’, com orgulho", ressalta.

Serviço: Show com Raul de Souza e grupo Na Tocaia. Beto Batata ParkShopping Barigüi (R. Pedro Viriato Parigot de Souza, 600, lj. 174). Hoje e amanhã, às 22 horas. Ingressos antecipados a R$ 140 (mesa para quatro pessoas). Mais informações pelos telefones (41) 3317-6969 e (41) 9652-2290.

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