Nova York - O destaque da última quinta-feira no Festival de Nova York foi Martha Marcy May Marlene, estreia em longa-metragem de Sean Durkin. O drama psicológico rendeu ao jovem cineasta o prêmio de melhor diretor no último Festival de Sundance.
O filme é produzido pela Borderline, empresa que Durkin fundou com seus amigos Josh Mond e Antonio Campos (que, como o nome denuncia, é brasileiro também cineasta, filho do jornalista brasileiro Lucas Mendes e da italiana Rose Ganguzza.
O filme de Durkin acompanha a protagonista Martha, que após conseguir escapar do culto assustador que frequentava, volta para casa de Lucy, sua irmã mais velha, para tentar desesperadamente se adaptar ao estilo de vida dela.
Mas uma ansiedade crescente, o medo, memórias dolorosas e pesadelos sobre o culto que lhe aplicou uma lavagem cerebral, aumentam seu isolamento, na medida em que sua paranoia profunda a domina cada vez mais. Numa brilhante interpretação, Elizabeth Olsen rouba a cena neste filme incrível, que ganhou repercussão internacional após o sucesso, em Cannes, do curta-metragem do Durkin, Mary Last Seen.
Na coletiva após a projeção, o diretor contou como surgiu seu interesse pela produção de filmes e qual a motivação para o seu primeiro longa-metragem.
Como começou a sua ligação com o cinema?
Eu acho que sempre quis contar histórias. Quando criança, eu ficava horas a fio escrevendo histórias curtas e ilustrando com desenhos horríveis. Na medida em que fui ficando mais velho e já convicto que queria fazer filmes, fui estudar cinema na NYU (New York University) onde conheci Josh [Mond] e Antonio [Campos]. Ficamos amigos, fundamos a Borderline e desde então estamos fazendo filmes juntos.
E a idéia de fazer esse filme, como surgiu?
Nós tínhamos acabado de produzir Aftershool em 2007 e eu estava buscando uma ideia para meu primeiro longa-metragem. Sempre fui fascinado por cultos e comecei a fazer pesquisa nesse campo. Após meses e meses de leitura, um fato me serviu de inspiração para o filme. Ele me fez questionar como é a vida de uma pessoa após escapar de um culto violento. Para onde ela vai? O que ela faz? Como ela se encaixa novamente na sociedade?
Esse é o cerne do personagem de Martha?
Sim, eu queria criar um personagem que trouxesse uma experiência, em primeira mão, sobre o que aquelas primeiras semanas, após deixar o culto, representariam. À medida que comecei a escrever, eu descobri que uma amiga minha tinha tido uma experiência semelhante. Ela foi extremamente generosa e, nos dois anos seguintes, dividiu comigo histórias muito pessoais e assustadoras de sua experiência no culto que serviram de base para a personagem de Martha.
Algum filme e/ou diretor o influenciou diretamente?
Minha inspiração principal é O Bebê de Rosemary [de Roman Polanski]. Ele tem tudo que eu gostaria de atingir no cinema. É um filme tão preciso e dirigido de uma forma tão perfeita, que é simultaneamente assustador e divertido e vai fundo numa experiência psicológica. O outro é 3 Women do [Robert] Altman. Eu amo aqueles personagens específicos e ao mesmo tempo estranhos e aquela atmosfera totalmente original, que só de senti-la, a gente fica perdido.
Tem algum novo projeto encaminhado?
Tenho dois projetos em mente, mas no momento estou dedicado ao lançamento deste filme e de Simon Killer, que Antonio acabou de terminar. Vamos nos dedicar a lançá-lo.
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