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Sofia Coppola é mestre em fazer filmes esteticamente bonitos. Do deslumbre visual de Maria Antonieta (2006), aos contrastes de Tóquio em Encontros e Desencontros (2003), é impossível não se render ao bom gosto da cineasta.

Um Lugar Qualquer (confira trailer, fotos e horários das sessões) é igualmente belo. As sequências de Cleo (Elle Fanning) ensaiando uma coreografia de patinação artística e tomando sol na piscina do Chateau Marmont com o pai (Stephen Dorff), somadas às suas respectivas trilhas sonoras, são de uma delicadeza única. O problema reside no fato de que tal esmero estético sirva para tratar sempre do mesmo tema: a humanização de pessoas milionárias e perdidas na vida.

Foi assim com a personagem Charlotte (Scarlett Johansson) em Encontros e Desencontros. Casada com um descolado diretor de videoclipes, a estudante de filosofia conseguia ficar triste e deprimida em um hotel cinco estrelas em uma das metrópoles mais vibrantes do mundo, Tóquio.

O mesmo se aplica à interpretação de Sofia para a história de Maria Antonieta, que passava os dias gastando a fortuna da França em roupas e festas, mas era infeliz e vivia insatisfeita. Pobre coitada, morreu decapitada!

Há muito da própria Sofia em Cleo. Crescida de hotel em hotel, acompanhando as viagens dos pais – o diretor Francis Ford Coppola e a também cineasta Eleanor Coppola – Sofia com certeza se distraía pedindo todos os sabores de sorvete possíveis aos serviços de quarto, como Cleo em Um Lugar Qualquer.

As personagens de seus filmes a refletem de tal maneira que, ao longo de sua produção cinematográfica, os conflitos de suas protagonistas tornaram-se repetitivos e superficiais. Chega um momento em que, só beleza e apuro estético não são suficientes. Cansam e entediam.

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