Soma de forças pela cultura

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A partir de agora, a cada R$ 1 que o governo do Paraná investir em cultura, o governo federal vai contribuir com mais R$ 2. Esse acordo foi assinado ontem, às 10h45, no auditório do Museu Oscar Neimeyer (MON), pelo Ministro da Cultura, Juca Ferreira, e pelo governador do Paraná, Roberto Requião – e diz respeito a ações do Programa Mais Cultural, do Minc, que engloba a construção de bibliotecas, projetos de leitura e outras ações (a serem definidas).

O governador Requião também anunciou que R$ 1,5 milhão dos cofres estaduais serão destinados para os chamados Pontos de Cultura, e o governo federal, por sua vez, direcionará mais R$ 3 milhões para essas ações. Pontos de Cultura são iniciativas (projetos de hip-hop ou de teatro, por exemplo), em atividade há mais de dois anos, e que recebem essa injeção de dinheiro público para ampliar as suas ações, beneficiando sobretudo comunidades carentes. A meta é que 70 Pontos de Cultura sejam criados no estado.

Ano passado, quando o governo do Paraná ainda não havia assinado esse convênio, o governo federal já havia destinado aproximadamente R$ 3 milhões para algumas ações no estado, como a modernização de 22 bibliotecas públicas. Durante a cerimônia realizada no MON, Juca Ferreira fez um elogio à secretária de Cultura do Paraná. "A Vera Mussi é a secretária de Cultura que mais se compromete com bibliotecas no Brasil", afirmou o ministro, referindo-se ao compromisso do governo do Paraná de implantar 207 novas bibliotecas até 2010.

Juca Ferreira entrou em cena, no auditório do MON, e comentou dados projetados em um telão. Apenas 13% dos brasileiros frequentam salas de cinema durante o ano. Cada brasileiro lê 1,3 livro anualmente. O ministro salientou que esse convênio, entre União e o estado do Paraná, tem a meta de reverter essa realidade. Mas o que realmente entrou no centro da discussão foi a Lei Rouanet, que deve passar por reformulações.

Imediatamente após Ferreira comentar que 80% dos recursos da Lei Roaunet são utilizados em São Paulo e Rio de Janeiro, o governador Requião pegou o microfone e, inflamado, disparou: "A Lei Rouanet já financiou o Cirque du Soleil, com dinheiro do Banco Bradesco, e cobrando ingressos a R$ 300. Isso é um absurdo." Requião reconheceu que as exposições do MON, inclusive as oito em cartaz nesse momento, são bancadas com recursos do mecanismo de renúncia fiscal. E não deixou de protestar porque pequenas cidades ficam completamente excluídas da Lei Rouanet, até porque não conseguem elaborar projetos.

Requião, após afirmar que o "MON é o melhor museu do Brasil", convidou o Ministro da Cultura para conhecer o espaço e beber um café. Mas Juca Ferreira e a comitiva, com o deputado federal Angelo Vanhoni (PT) e a secretária de Cultura Vera Mussi, dirigiram-se ao Aeroporto do Bacacheri, onde subiram em dois helicópteros. Viajaram para a região centro sul do Paraná. Em Mallet, houve assinatura para o início dos reparos da Igreja de São Miguel Arcanjo. Em Irati, uma surpresa. O prefeito, Sergio Stoklos, convidou a sua irmã, a atriz Denise Stoklos, nascida na cidade, para dialogar com Ferreira e para que todos vissem a construção de um centro cultural que levará o nome dela.