Programe-se
Música em Tempo de Guerra Orquestra Filarmônica da UFPR
Teatro da Reitoria (R. XV de Novembro, 1.299), (41) 3360-5066. Dias 23 e 24, às 20 horas. Entrada franca.
Obras
Confira o programa do concerto Música em Tempo de Guerra:
Charles Ives (1874-1954) The Unanswered Question (A pergunta sem resposta)
Béla Bartók (1881-1945) Danças Romenas Buciumeana
Alexander Glazunov (1865-1936) Paraphrase sur Les Hymnes des Nations Aliées, Op.96 (Paráfrase sobre os hinos das nações aliadas)
Leos Janacek (1854-1928) Danças Morávias Kalamajka
Jean Sibelius (1865-1957) Rakastava (O Amante)
Maurice Ravel (1875-1937) Pavane pour un Infante Défunte (Pavana para uma Princesa Morta)
Ralph Vaughan Williams (1872-1958) The Lark Ascending (O Voo da Cotovia). Solista: Ricardo Molter, violino
Richard Strauss (1864-1949) Morgen (Amanhã). Solista: Helen Tórmina, soprano
A Orquestra Filarmônica da UFPR apresenta amanhã e sábado, no Teatro da Reitoria, um concerto temático em memória ao centenário da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Entremeado por vídeos, slides de fotografias e leituras de textos, o programa terá obras de compositores contemporâneos ao conflito alguns deles combatentes, como o inglês Ralph Vaughan Williams, que tinha 41 anos quando a guerra começou e se alistou no Corpo Médico do Exército Real Britânico. Sua peça The Lark Ascending, que começou a ser escrita no início da guerra e estreou em 1920, faz parte da apresentação.
De acordo com o diretor artístico da orquestra, Harry Crowl, pelo menos outros dois compositores presentes no programa estiveram no front o alemão Richard Strauss (1864-1949), cujo lied Morgen será cantado pela soprano Helen Tórmina; e o francês Maurice Ravel (1875-1937), autor de "Pavane pour un Infante Défunte".
A proposta é abranger também a maior parte dos países envolvidos no conflito. Uma obra do russo Alexander Glazunov (1865-1936) é especialmente representativa nesse sentido: Paraphrase sur les Hymnes des Nations Alliées, Op. 96 reúne hinos de países aliados em uma peça sinfônica, adaptada para a formação reduzida da Filarmônica. Seu tom triunfalista, no entanto, será confrontado por imagens do conflito. "Pensamos em um concerto memorial da guerra com a ideia de que a guerra é uma coisa estúpida, a pior coisa que o ser humano inventou, e a Primeira é um marco histórico em termos de violência, destruição e uso da inteligência humana para o mal", explica Crowl. "Resolvemos trazer o audiovisual, já que a música é abstrata. Nossa ideia era trazer uma visão da realidade da guerra de forma bem crua."
Para o regente Márcio Steuernagel, o resultado final, além de um panorama do que se poderia ouvir nas salas de concerto da época, é uma reflexão sobre a guerra em uma época que segue assombrada pela violência entre nações. "O percurso é mais emocional que narrativo", descreve.
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