Parceiro de grandes nomes da MPB, poeta também se destacou no cenário musical| Foto:

Serviço

Essa Noite Vai Ter Sol

Show com Estrela Leminski, Téo Ruiz, e participação de Arnaldo Antunes. Museu Oscar Niemeyer – Auditório Poty Lazzarotto (R. Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico), (41) 3350-4400. Terça-feira, às 19h (esgotado) e 21 horas (sujeito a lotação). R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).

A exposição Múltiplo Leminski fica em cartaz até o dia 9 de junho. Visitação de 3ª a dom. das 10 às 18 horas. R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada).

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Consagrado por sua poesia, a faceta musical do escritor e poeta Paulo Leminski sempre permaneceu um pouco mais oculta, apesar das conhecidas parcerias com músicos. Tanto que a filha, Estrela Leminski, organizou e planejou uma parte dedicada somente à música na exposição Múltiplo Leminski, em cartaz desde o ano passado no Museu Oscar Niemeyer (MON), que termina no dia 9. Para o encerramento da mostra, o auditório do MON recebe amanhã o show Essa Noite Vai Ter Sol, com Estrela, Téo Ruiz e participação especial de Arnaldo Antunes.

O espetáculo, que estreou em 2009 no Itaú Cultural, em São Paulo, como parte da exposição Ocupação Leminski, traz no repertório composições populares de Leminski, como "Verdura", gravada por Caetano Veloso, e "Luzes", interpretada primeiramente por José Miguel Wisnik (que participou do mesmo show, que também fez temporada no Teatro Paiol em 2011), e estourou na voz de Antunes. Além disso, Estrela incluiu no repertório do show de amanhã algumas canções inéditas. "Com o show de 2011, percebi que as pessoas ficavam impressionadas em saber que várias músicas de que gostavam eram composição dele."

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Estrela salienta ainda que o show consegue resgatar, do ponto de vista histórico, o que seu pai criou musicalmente. "Ele estava ao mesmo tempo no tropicalismo, na vanguarda paulista e no rock de Curitiba. E é legal as pessoas saberem desse lado, ele não fazia musiquinhas em casa, é para as pessoas sacarem como é a obra musical dele."

Parcerias

Na estreia do show em 2009, Estrela e Téo Ruiz dividiram o palco com Edvaldo Santana, Vitor Ramil e Moraes Moreira. No Paiol, em 2011, o convidado foi José Miguel Wisnik e, dessa vez, Estrela resolveu chamar Arnaldo Antunes, que é uma influência musical e poética para ela. Em comum, todos esses convidados têm uma afinidade não somente artística, mas pessoal. "Eu sempre opto por pessoas mais próximas, o Moraes Moreira é meu padrinho, é algo normal dividir o palco. O Zé Miguel, idem, também temos muita proximidade. E o Arnaldo, lembro muito pequena que já íamos na casa dele, a família toda é amiga. Faltava ele nessa sequência de parceiros", diz.

Sucesso

Com a exposição no MON e o lançamento de Toda Poesia, livro que reúne a trajetória poética de Leminski e é sucesso nas livrarias (em um mês, foram três reimpressões e mais de 15 mil exemplares vendidos, além de ter permanecido por semanas no primeiro lugar da lista dos títulos mais vendidos da Livraria Cultura), parece existir uma "onda Leminski".

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"A exposição acabou mexendo com quem já conhecia a obra dele, e serviu para uma nova geração que não tinha esse contexto sobre ele", acredita Estrela. Já o estouro do livro foi um "alívio." "A obra estava complicada em outra editora, foi um desatar de nós. Muita gente também é apaixonada pela obra dele mas não encontrava livros. Em sebos, qualquer livro dele custa pelo menos R$ 60, e agora é possível ter a obra completa por menos de R$ 40." Segundo Estrela, o preço acessível foi algo que a família "bateu o pé" para acontecer, mas ela se surpreende com o fato de um livro de poesia ter tamanho sucesso comercial. "Torço para que pessoas que compraram o livro procurem outros autores de poesia também."

Onda do poeta ainda terá CD duplo e songbook

Até o final de 2014, um CD duplo com canções de Paulo Leminski estará disponível. O projeto, contemplado no mecenato municipal, reúne tanto as parcerias musicais do escritor como os trabalhos solos – para esta parte, Estrela Leminski, filha do escritor, será responsável pela maioria das interpretações, com participações de Ná Ozzetti, Zélia Duncan, Arnaldo Antunes e Zeca Baleiro.

Ela também vai manter no disco uma faixa com o próprio Leminski cantando. "Para as pessoas sacarem o jeito de ele cantar, com sotaque bem carregado." Estrela também fará novos arranjos para as canções, mantendo os gostos pessoais do pai – ela diz que é fácil de perceber em várias músicas influências de bandas como The Police e Sex Pistols. O disco sairá no ano que vem, ainda sem data definida.

Há cerca de 15 dias, outro projeto, inscrito em edital da Petrobrás, foi aprovado: um songbook que reúne a obra musical de Leminski. "Ainda nem caiu a minha ficha", conta Estrela, que também está organizando muitas fitas cassete inéditas, e restaurando outras (algumas estavam mofadas). "Ele gravou muita coisa para os amigos, então, arrisca de algo novo aparecer." O lançamento deve ocorrer em 2015.

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