SP e RJ dominam verbas do BNDES para o cinema

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Dos dezoito projetos cinematográficos escolhidos para receber financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apenas dois não são do Rio de Janeiro ou de São Paulo. Os dois estados ficaram com oito projetos cada um e fora deles, apenas o Paraná e a Bahia tiveram produções escolhidas, uma para cada.

Mesmo com essa concentração na região Sudeste, o chefe de gabinete da presidência do BNDES, Élvio Gaspar, disse que um dos critérios adotados para a escolha dos 18 projetos foi a "pluralidade geográfica". Essa pluralidade, segundo o Gaspar, seria uma das diretrizes da "linha da atual política cultural do Ministério da Cultura (MinC) para a produção audiovisual".

As produções aprovadas pela comissão de seleção pública vão dividir uma verba de R$ 10 milhões, em valores que variam de R$ 100 mil a R$ 800 mil.

Gaspar, durante a cerimônia em que representou o presidente do banco, Guido Mantega, informou que para este ano BNDES vai abrir outra seleção pública para financiar novas produções. Inicialmente os recursos serão da ordem de R$ 10 milhões, o mesmo valor aplicado em 2005.

Para o baiano Paulo Roberto Vieira Ribeiro – diretor de uma das 18 produções selecionadas, Jardim das Folhas Sagradas –, o modelo de seleção adotado pelo BNDES, com a criação da comissão de seleção de projetos públicos formada por representantes de vários setores da área cinematográfica, permitiu uma participação maior de novos diretores cinematográficos, inclusive os de fora da região Sudeste. Ele citou o seu caso, que faz cinema na Bahia, e que pela primeira vez teve um projeto aprovado.

De opinião semelhante, o paranaense Paulo Roberto Munhoz, diretor do projeto de animação Brunhos, destacou a importância de financiamentos como o do BNDES para o surgimento de novos diretores cinematográficos em diversas regiões do país.

O processo de seleção, segundo o regulamento do BNDES, contemplou produções em diferentes estágios.

Entre os 18 projetos escolhidos 14 são filmes de ficção, dois de animação e dois documentários.

Abaixo, a lista:

A Festa da Menina Morta (RJ/Matheus Nachtergaele)

Andar às Vozes (SP/Eliane Café)

Antônia (SP/Tata Amaral)

Bope – Tropa de Elite (RJ/José Padilha)

Budapeste (SP/Walter Carvalho)

Cidade dos Homens (RJ/Paulo Morelli)

Jardim das Folhas Sagradas (BA/Paulo Roberto Vieira Ribeiro)

Meu Pé de Laranja Lima (RJ/Marcos Bernstein)

Miguilim (RJ/Sandra Kogut)

O Mistério de Irmã Vap (RJ/Carla Camurati)

O Passado (SP/Hector Babenco)

Saneamento Básico – O Filme (RJ/Jorge Furtado)

Tainá 3 – Na Selva da Cidade (RJ/Michael Ruman)

União Fraterna (SP/Laís Bodanzky)

Garoto Cósmico (SP/Ale Cesário de Abreu)

Brichos (PR/Paulo Roberto Munhos)

Grande Otelo – Eta Garto Bamba (SP/Evaldo Mocarzel)

Pixote 20 Anos Depois (SP/Felipe Guimarães Briso)