Sófocles, Shakespeare, Tennessee Williams e outros autores gastaram saliva (e tinta) para criar as bases daquilo que chamamos de teatro. Hoje, você pode subverter e sacudir qualquer cânone da dramaturgia com 140 toques, escrevendo um minidrama no Twitter. A SP Escola de Teatro está promovendo o primeiro concurso para peças curtas. Curtíssimas. As inscrições vão até 15 de agosto. Os 100 melhores serão publicados e encenados de verdade.
A ideia foi de Ivam Cabral, diretor da escola e fundador do grupo Os Satyros. "Em alguns espetáculos do Satyros, nós já usávamos elementos de tecnologia e internet, como personagens que entravam com iPhone em cena e conversavam, durante o espetáculo, com pessoas online", conta. "Além disso, a Royal Shakespeare Company criou uma versão de 'Romeu e Julieta' para o Twitter (twitter.com/such_tweet). A partir daí, percebi que tínhamos de tentar uma experiência parecida", completa Cabral.
O diretor lembra que o próprio movimento da Praça Roosevelt (no qual o teatro Satyros tem papel fundamental) nasceu na internet. "Foram os blogs e a internet que começaram esse agito. A grande imprensa veio depois. Crescemos, primeiro, no mundo virtual", afirma Cabral.
Para participar do concurso de minidramas, o autor só precisa twittar sua obra, acompanhado do sinal #mdrama. Todos os textos reunidos com essa indicação serão avaliados até o dia 15 de agosto. "Estamos recebendo muita coisa legal. Vai ser difícil escolher. As pessoas entenderam a proposta e estão sendo muito criativas". Cabral ressalta que uma peça concebida em 140 caracteres não precisa ser, necessariamente, um espetáculo curto. "Um diretor criativo pode pegar aqueles 140 toques e montar uma peça de mais de uma hora. Os 140 toques não são uma limitação para a criação de ninguém", analisa.
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