O que você tem ao juntar um cantor carismático, músicos virtuosos e versados no cânone do rock, instalações de um estúdio lendário e músicas bem acabadas? Não necessariamente algo muito além disso, no caso de Welcome to the Magic Room, o disco de estreia da banda curitibana Splippleman.
O que não é pouco, é bom ressaltar. O disco, em sua maior parte gravado em julho de 2013 no célebre Estúdio 2, em Abbey Road – o mesmo onde os Beatles gravaram quase todos os seus álbuns –, é um trabalho bem-feito, pontuado por canções bem acabadas e divertidas.
Uma delas é a atrevida “X-Ray Riff Machine” (que fantasia sobre ser raio X de aeroporto após um caso de amor à primeira vista na fila de embarque). Há incursões poéticas mais obscuras, como “Recnac”, provavelmente a melhor do disco.
Mas o grupo liderado pelo vocalista e compositor Lincoln Fabricio – que conta com a “cozinha” da Relespública (Ricardo Bastos, baixo, e Emanuel Moon, bateria), o guitarrista Fábio Serpe e o pianista e arranjador Sérgio Justen (Denorex 80) – se realiza mais como uma declaração de amor a ídolos do que como um ato original.
O próprio nome do disco (“bem-vindo à sala mágica”) coloca o tributo como conceito do disco, que celebra a aventura da banda no estúdio em que os Beatles mudaram o mundo.
A faixa “Call To Bolster” se dedica a falar justamente do arrebatamento dos músicos diante do significado de gravar lá.
Neste exercício às vezes muito autorreferente, o Splippleman se priva de voos mais altos e escorrega em alguns clichês. E o repertório de influências pouco diluídas – que vai de Stones a Arctic Monkeys, passando por The Who e The Cure – faz com que algumas fórmulas datadas venham à tona.
Nada disso, no entanto, faz com que Welcome to the Magic Room deixe de valer a pena, sobretudo para aqueles que compartilham da mesma reverência apaixonada da banda curitibana pelo rock.
Conforme o grupo mostrou no pré-lançamento do disco em maio do ano passado, compartilhar isso com o Splippleman, principalmente ao vivo, pode ser bastante divertido.
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