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Corresponder às expectativas da indústria musical deve ser mesmo uma tarefa um tanto complicada. A situação parece ficar ainda pior no caso de bandas que realmente tentam fazê-lo, como é o caso do quinteto nova-iorquino The Strokes. Assim que surgiu, o grupo liderado pelo vocalista Julian Casablancas passou a ser responsável por definir o rock dos anos 00, com o excelente registro de estréia Is This It, lançado em 2001. Porém, seguindo o conceito futebolístico de que em time que está ganhando não se mexe – que, aliás, costuma funcionar em grande parte dos casos –, a banda foi acusada de oportunista com seu segundo álbum, Room on Fire (2003), por apostar em um estilo quase auto-imitativo.

Eis que hoje, arrependimento deve ser um sentimento comum a todos aqueles que criticaram a mesmice de Room on Fire. No recém-lançado First Impressions on Earth, o quinteto tenta fazer diferente, variar o tema, experimentar e, infelizmente, amadurecer. Produzido por David Kahne (de trabalhos com Sugar Ray e Sublime), o terceiro registro da discografia dos Strokes conta com muitas idéias inéditas, porém, mal concluídas.

Poucos são os momentos brilhantes do álbum, como as faixas de abertura e encerramento "You Only Live Once" e "Red Light", respectivamente. Longo em excesso, o registro traz baladas arrastadas ("Razorblade"), solos de guitarra à Iron Maiden ("Vision of Division") e tentativas de aproveitar as sonoridades de outras bandas da mesma safra, como Franz Ferdinand (em "On the Other Side") e The Walkmen (em "Killing Lies").

Tentando crescer antes do tempo, o quinteto parece ter perdido a urgência e a vontade, hipótese comprovada na faixa "Ask Me Anything", na qual o vocalista, sem conseguir expressar ironia ou humor, declara no refrão: "Eu não tenho nada a dizer/ Eu não tenho nada a oferecer". First Impressions on Earth realmente não tem. GG1/2

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