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O Festival de Cinema de Sundance, que será realizado de 19 a 29 de janeiro, em Park City (Utah, EUA), anunciou os filmes que participarão da maior maratona mundial do cinema independente. Criado e organizado pelo ator e diretor Robert Redford, o Sundance começou como uma mostra regional e é hoje o principal festival norte-americano. Casa de Areia, de Andrucha Waddington, será o representante brasileiro na mostra Cinema Mundial.

O roteiro do filme ganhou em 2004 o prêmio NHK oferecido pelo Instituto Sundance e a Rede de Televisão Japonesa. Na ocasião, o diretor disse ao Caderno G que o prêmio representava uma aposta e uma garantia prévia de qualidade para o seu filme.

Andrucha deu entrevista por e-mail ao Caderno G, de Madri, quando falou sobre a satisfação de retornar ao Sundance, depois de ter ganho lá o NHK. "Acho que será um grande teste para o Casa de Areia no mercado norte-americano. Sinto-me muito honrado de estar na mostra competitiva de um festival tão importante como o Sundance", comemorou.

Embora Casa de Areia seja bem diferente de Eu Tu Eles – que teve excelente receptividade no Sundance, em 2002 –, Andrucha tem boas expectativas quanto à receptividade ao seu novo filme, mas prefere não fazer previsões. "Prefiro aguardar e apreciar a sessão como se estivesse vendo um filho atingir a maioridade", afirmou.

Casa de Areia tem lançamento previsto para abril nos Estados Unidos. Cada vez mais diretores e produtores têm utilizado a vitrine do Sundance como um termômetro para definir campanhas de marketing e estratégias de lançamento. Para Andrucha, com Casa de Areia não será diferente. "É claro que a Sony Classics utilizará os resultados do filme no Sundance para estabelecer seu plano de lançamento. Estarei lá para conferir", antecipou o diretor, informando que pretende inscrever o filme também no Festival de Berlim, que acontece em fevereiro próximo.

Para o diretor, o maior mérito do cinema brasileiro é a pluralidade. Por isso rejeita um certo preconceito com os filmes que fogem do convencional estético, como é o caso de Casa de Areia, um filme autoral e com uma linguagem muito própria. " Busquei principalmente falar do ser humano, da ação do tempo e da importância de se aceitar o próprio destino. Tentei usar a linguagem mais adequada para esta história. Isso que é importante e é o que deve ser feito", explicou.

Quanto à eterna discussão sobre a descaracterização do Sundance afastado de suas características estéticas originais, Andrucha acha impossível dissociar os filmes dos aspectos de mercado, mas o cinema independente existe e está fortalecido. "O Sundance bateu recorde de inscrição com mais de 3 mil inscritos e mais uma vez selecionou seus filmes com ênfase no cinema independente", concluiu.

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