Rio de Janeiro O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia, foi selecionadopara a próxima edição do Festival de Sundance, que acontece de 18 a 28 de janeiro em Park City (Utah, EUA).
O filme, que vem conquistando espectadores e prêmios entre outros ganhou o prêmio da crítica internacional (Fipresci) no Festival do Rio do Rio de Janeiro e o Troféu Bandeira Paulista de melhor filme na 30.ª mostra de São Paulo, é baseado no livro homônimo de Lourenço Mutarelli e segue um comerciante mau e repulsivo, interpretado por Selton Mello, que vê a sociedade como um lugar onde as pessoas, tanto quanto os objetos usados, estão à venda por um preço quase sempre aviltante.
O Brasil também vai participar da prestigiada mostra Documentário Mundial, com O Acidente, de Cao Guimarães e Pablo Lobato. Realizado numa linguagem bem próxima da estética inovadora e criativa do Sundance, foi inspirado a partir de registros pesquisados pelos diretores em 20 cidades de Minas Gerais, compondo um álbum com belas imagens em movimento.
O Cheiro do Ralo é um dos concorrentes da Mostra Cinema Mundial, criada para expandir o cinema independente fora do circuito americano.
Empolgado com a seleção para o Sundance, Dhalia conversou com o Caderno G sobre a seleção e seus novos planos.
Como surgiu essa oportunidade do filme participar do Sundance? Heitor Dahlia Decorreu de um convite feito diretamente à produtora do filme. Na verdade, os primeiros sinais para inscrevermos O Cheiro do Ralo começaram desde a exibição no Festival do Rio quando muitas pessoas falaram conosco e logo em seguida veio o convite oficial do Sundance."
E o que representa isso para o filme? Claro que representa muito. Nem todos os filmes brasileiros chegam às telas com a força que deveriam. É a lei de mercado e, enquanto não conseguimos mudar, precisamos conviver com isso. Assim, os festivais ajudam bastante no pré lançamento, principalmente quando é o caso de uma vitrine como o Sundance."
Embora repulsivo, o personagem tem um lado muito irônico e divertido, o que vem provocando uma imediata empatia com o espectador. Você espera que algo semelhante aconteça com o público do festival independente?Acho que essa identificação do público não é apenas com o personagem. É também com aquele lado B que todos nós temos e se deve muito também ao carisma e ao talento de Mello. Acho que tudo isso vai funcionar lá no Sundance, principalmente se ele puder contornar a agenda de filmagens e puder estar lá com a gente.
São filmes como O Cheiro do Ralo que fazem com que, durante o Festival, Park City fique abarrotada de distribuidores ávidos na busca de filmes criativos, baratos e rentáveis. Qual sua expectativa quanto aos aspectos comerciais dessa ida ao Sundance? Acho que o filme leva chance de conseguir bons contratos e vejo também aí um viés importante para minha carreira como diretor ; aliás, algo que venho perseguindo desde que realizei Nina, que também participou de muitos festivais fora do país como Moscou e Rotterdam."
Embora no passado o Sundance tenha sido sinônimo de filmes de artistas americanos, os organizadores estão olhando cada vez mais para os cineastas de fora do país, tanto que a mostra na qual O Cheiro do Ralo vai participar inclui representantes da Europa, Ásia, América Latina e dos Estados Unidos. Com tantos concorrentes, qual sua expectativa para o prêmio? Claro que vai ser ótimo se ganharmos um prêmio. Mas sem nenhum apelo a clichês, essa exibição numa plataforma com a visibilidade que o Sundance tem já é um tento importante para a trajetória do filme e que certamente vai possibilitar outros desdobramentos no exterior.
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