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Não é de hoje que Hollywood explora o vasto espólio de histórias em quadrinhos e desenhos animados que tiveram seu auge nas décadas de 70 e 80. A fórmula funciona bem: quem tem entre 25 e 35 anos é arrebatado pela nostalgia de rever os he­­róis da infância – e de quebra, leva os filhos junto, que acabam se tornando novos fãs.

Capitão América é um herói que, se não foge dessa lógica, pelo menos desloca um pouco a faixa etária. Criado em 1941 – tão veterano, portanto, quanto o Super-Homem, o Batman e a Mulher Maravilha –, foi no­­tório até o fim da Segunda Guerra Mundial e, aqui no Brasil, durou até meados da década de 60, quando caiu no ostracismo. A nostalgia de Ca­­pitão América: O Primeiro Vingador (confira trailer, fotos e horários das sessões; atenção à data de validade da programação em cinza), que estreia hoje, alcançará principalmente quem tem entre 45 e 60 anos.

Para ganhar um público novo, o filme aposta no potencial da história e na antipatia contra um conhecido vilão da humanidade: o nazismo.

O enredo do filme é fidelíssimo ao original e contém altas doses de pa­­triotismo exacerbado. Steve Ro­­gers, um franzino rapaz que tem o sonho de servir o exército durante a guerra, mas é impedido por sua baixa estatura e seu péssimo histórico de saúde, voluntaria-se para um ex­­perimento que lhe dá forças e habilidades sobre-humanas. Ele então se torna um garoto propaganda do go­­verno americano para encorajar os soldados aliados. Quando salva a tropa de seu amigo James Barnes, parte em definitivo para as linhas inimigas enfrentar a Hidra, um pelotão nazista autônomo liderada por Johann Schmidt, também conhecido como Caveira Vermelha.

Além do bom enredo, o filme acerta no elenco bem selecionado – com Tommy Lee Jones, Stanley Tucci e Hugo Weaving, que já viu melhores dias na pele do Agente Smith, de Matrix – e pelos efeitos especiais. O ator Chris Evans, que já havia interpretado a Tocha Hu­­mana em O Quarteto Fantástico, enc­­arna dessa vez o herói principal, passando de garoto franzino a um homem alto e forte.

Por fim, Capitão América traz sinistras analogias atuais ao colocar um herói que representa os EUA atacando seus inimigos com um escudo inquebrantável.

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