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Suzana Alves deu um tempo. Depois de se tornar um dos maiores símbolos sexuais já conhecidos da era das celebridades instantâneas, a Tiazinha está de volta. Mas desta vez a paulistana não pretende vestir a sensual lingerie acompanhada de um chicote e a máscara que a alçou ao posto de musa em 1998, quando estreou no programa "H", de Luciano Huck, então na Bandeirantes.

Nada de depilações e chicotadas, ela garante. O que ela quer é... se tornar uma atriz respeitada .

- Não é fácil desassociar essa imagem de mim, mas tive a opção de fechar esse ciclo. Resolvi parar de fazer shows para me encontrar. E foi no teatro que me encontrei. Mas também fiz muita terapia, porque até então estava apoiada num personagem, numa máscara presa a mim. Não é fácil para uma menina da periferia fazer sucesso da noite para o dia com apenas 18 anos - desabafa Suzana.

Passada a fase da busca, ela foi à luta. Os altos cachês dos tempos de símbolo sexual foram revertidos para pagar cursos e mais cursos de interpretação, canto e dança. Acostumada às câmeras desde pequena - ela estrelava comerciais e já tinha feito teatro infantil -, a ex-Tiazinha não economizou em sua formação.

- O teatro é muito complexo, mas quando decidi estudar, fui em busca dos melhores professores - diz Suzana, que há dez meses tem aulas no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), do diretor Antunes Filho. - Passei no teste com quase duas mil pessoas disputando 20 vagas. Tinha ido lá um ano antes, mas não estava preparada. Não queria ter entrado direto (sem teste), sabe? A postura e o respeito mudam. Nunca fui a favor de comprar nada, nem carta de habilitação nem DRT. Foi uma vitória ter sido umas das escolhidas.

Além de fazer aulas no CPT, Suzana já passou pelo Grupo Tapa, fez workshops de cinema (com Laís Bodansky, diretora de "O bicho de sete cabeças") e de canto, com Madalena Bernardes.

- Também faço aulas de percussão na escola do Antônio Nóbrega e faço um curso de danças brasileiras. Tudo que agrega arte é essencial para um ator. Estou mais firme e com mais consciência - avalia ela, também formada em jornalismo.

O resultado de tanto empenho poderá ser visto pelo público em breve. Suzana foi chamada para fazer uma participação na série "Mandrake" (parceria da HBO com a Conspiração, com estréia prevista para outubro deste ano), na pele de uma prostituta.

- O nome de guerra dela é Linda. É claro que é um desafio fazer uma prostituta, mas não me preocupei somente com o estereótipo, quis mostrar a sua dor. Conversei com várias prostitutas e strippers. Também assisti a muitos filmes para transmitir a verdade da personagem.

A prostituta Linda aparece no primeiro episódio da série de oito capítulos e tem um envolvimento com o detetive e advogado criminalista Mandrake, papel de Marcos Palmeira.

- O Mandrake me escolhe na boate para dormir com ele. Rola uma pegação e um papo entre os dois, foi a primeira cena "caliente" que fiz na vida. Fiquei nervosa, mas essa sensação tem que ajudar para dar um bom resultado. O Marquinhos (Palmeira) me deixou super à vontade, pois tive que tirar a roupa. O lance é engolir o nervosismo e transformar isso em verdade cênica - ensina a atriz, que fez umas mechas mais claras e criou antecedentes dramáticos para o papel. - Ninguém sabe disso, mas inventei para a Linda um emprego normal e um filho - conta Suzana, que, mesmo sem ter noção disso, pode ter usado o método Stanislawski para a construção de sua personagem, em que o ator busque na sua memória emotiva uma explicação para as suas ações físicas.

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