Dois mil e quinze chega ao fim com várias boas novas na cultura local.
Aly Muritiba
Se, em 2015, Curitiba tornou-se um dos centros da política por causa da Operação Lava Jato, no cinema, um “baiano curitibano” conquistou a capital federal. Aly Muritiba foi escolhido o melhor diretor no 48.º Festival de Brasília com o filme “Para Minha Amada Morta”, vencedor de sete prêmios da mostra. A produção ainda correu vários festivais pelo mundo, colhendo premiações e elogios.
Iván Bojko
Após anos de luta, Guto Pasko finalmente conseguiu levar aos cinemas a história de Iván Bojko, o senhor ucraniano que retornou à terra natal depois de 68 anos. O documentário “Iván” foi lançado nas principais cidades brasileiras e arrancou elogios da crítica. Outro documentário paranaense que ganhou as telas foi “Cativas – Presas pelo Coração”, de Joana Nin, que retrata relações amorosas de mulheres com presidiários.
Pedreira
Músicos da cidade lançaram trabalhos interessantes e a cena independente se manteve ativa graças a iniciativas de produtores “idealistas-militantes”. 2015 também significou uma experiência musical ampla que o grande público de Curitiba há muito não via: foi o ano em que, num intervalo de poucos meses, desembarcaram por aqui Kiss, Ozzy Osbourne (mais Motörhead e Judas Priest, no Monsters Tour), Katy Perry e David Gilmour – tudo na Pedreira Paulo Leminski.
O espaço reabriu em 2014 com Roberto Carlos, recebeu algumas atrações médias ao longo daquele ano e voltou de fato em 2015. E os curitibanos mostraram que estavam com saudades: todos esses shows lotaram.
O Kiss apresentou um espetáculo com ares de superprodução para seus petardos de hard rock no dia 21 de abril; Ozzy levou os fãs de rock pesado à loucura apenas uma semana depois; Katy Perry, em 29 de setembro, encheu a Pedreira de fãs coloridos, que foram arrebatados pelo espetáculo pop da cantora americana; e Gilmour, um dos melhores guitarristas do rock, arrematou o ano com um concerto tecnicamente perfeito e também emocionante.
Kéfera Buchmann
A youtuber curitibana Kéfera Buchmann, de 22 anos, foi a escritora paranaense que mais vendeu livros em 2015. O autobiográfico “Muito Mais Que 5inco Minutos”, lançado pela Companhia das Letras, foi o livro mais vendido durante a Bienal do Rio. Nele, Kéfera conta a história de sua vida em 150 páginas, com fotos e ilustrações que se somam à linguagem simples e despojada que usa na internet.
Litercultura
O festival literário Litercultura mostrou amadurecimento em sua terceira edição, agora com curadoria de Manuel da Costa Pinto. Nomes internacionais como o do lusitano José Luís Peixoto e o do argentino Alan Pauls foram alguns dos destaques da programação em 2015.
Luci Collin
“Nossa Senhora D’Aqui”, o romance mais recente da escritora Luci Collin é uma “epopeia falhada” que usa linguagem elaborada para falar das sabotagens do destino na vida das pessoas comuns. Um dos grandes livros “locais” do ano. Segundo o tradutor e professor Caetano W. Galindo, é o “ponto alto de uma carreira que já era de uma solidez invejável”.
Nô
As apresentações em outubro deste ano da Escola Kanzen, no Guairinha, representaram uma excelente oportunidade de contato com o teatro japonês. Foram três espetáculos combinados, fornecendo um panorama tanto do nô dramático quanto da comédia. A plateia lotada reuniu muitos integrantes da colônia japonesa.
“Paranã”
Partindo de textos de Domingos Pellegrini, Dalton Trevisan e Wilson Bueno, o espetáculo”Paranã”, com direção de Nena Inoue, colocou no foco a literatura paranaense. Com ótimas atuações, revestiu de lirismo e criatividade a obra dos escritores.
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