Show de Davig Gilmour, em novembro, fechou o movimentado ano da Pedreira Paulo Leminski.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Dois mil e quinze chega ao fim com várias boas novas na cultura local.

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Aly Muritiba

Se, em 2015, Curitiba tornou-se um dos centros da política por causa da Operação Lava Jato, no cinema, um “baiano curitibano” conquistou a capital federal. Aly Muritiba foi escolhido o melhor diretor no 48.º Festival de Brasília com o filme “Para Minha Amada Morta”, vencedor de sete prêmios da mostra. A produção ainda correu vários festivais pelo mundo, colhendo premiações e elogios.

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Iván Bojko

Após anos de luta, Guto Pasko finalmente conseguiu levar aos cinemas a história de Iván Bojko, o senhor ucraniano que retornou à terra natal depois de 68 anos. O documentário “Iván” foi lançado nas principais cidades brasileiras e arrancou elogios da crítica. Outro documentário paranaense que ganhou as telas foi “Cativas – Presas pelo Coração”, de Joana Nin, que retrata relações amorosas de mulheres com presidiários.

Pedreira

Músicos da cidade lançaram trabalhos interessantes e a cena independente se manteve ativa graças a iniciativas de produtores “idealistas-militantes”. 2015 também significou uma experiência musical ampla que o grande público de Curitiba há muito não via: foi o ano em que, num intervalo de poucos meses, desembarcaram por aqui Kiss, Ozzy Osbourne (mais Motörhead e Judas Priest, no Monsters Tour), Katy Perry e David Gilmour – tudo na Pedreira Paulo Leminski.

O espaço reabriu em 2014 com Roberto Carlos, recebeu algumas atrações médias ao longo daquele ano e voltou de fato em 2015. E os curitibanos mostraram que estavam com saudades: todos esses shows lotaram.

O Kiss apresentou um espetáculo com ares de superprodução para seus petardos de hard rock no dia 21 de abril; Ozzy levou os fãs de rock pesado à loucura apenas uma semana depois; Katy Perry, em 29 de setembro, encheu a Pedreira de fãs coloridos, que foram arrebatados pelo espetáculo pop da cantora americana; e Gilmour, um dos melhores guitarristas do rock, arrematou o ano com um concerto tecnicamente perfeito e também emocionante.

Kéfera Buchmann

A youtuber curitibana Kéfera Buchmann, de 22 anos, foi a escritora paranaense que mais vendeu livros em 2015. O autobiográfico “Muito Mais Que 5inco Minutos”, lançado pela Companhia das Letras, foi o livro mais vendido durante a Bienal do Rio. Nele, Kéfera conta a história de sua vida em 150 páginas, com fotos e ilustrações que se somam à linguagem simples e despojada que usa na internet.

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Litercultura

O festival literário Litercultura mostrou amadurecimento em sua terceira edição, agora com curadoria de Manuel da Costa Pinto. Nomes internacionais como o do lusitano José Luís Peixoto e o do argentino Alan Pauls foram alguns dos destaques da programação em 2015.

Luci Collin

“Nossa Senhora D’Aqui”, o romance mais recente da escritora Luci Collin é uma “epopeia falhada” que usa linguagem elaborada para falar das sabotagens do destino na vida das pessoas comuns. Um dos grandes livros “locais” do ano. Segundo o tradutor e professor Caetano W. Galindo, é o “ponto alto de uma carreira que já era de uma solidez invejável”.

As apresentações em outubro deste ano da Escola Kanzen, no Guairinha, representaram uma excelente oportunidade de contato com o teatro japonês. Foram três espetáculos combinados, fornecendo um panorama tanto do nô dramático quanto da comédia. A plateia lotada reuniu muitos integrantes da colônia japonesa.

“Paranã”

Partindo de textos de Domingos Pellegrini, Dalton Trevisan e Wilson Bueno, o espetáculo”Paranã”, com direção de Nena Inoue, colocou no foco a literatura paranaense. Com ótimas atuações, revestiu de lirismo e criatividade a obra dos escritores.