Nem mesmo uma crise econômica de grandes proporções poderia atrapalhar a renovação do Teatro Colón, em Buenos Aires, que rivaliza com os grandes teatros de ópera do Velho Mundo em termos de seu esplendor e sua qualidade acústica. Iniciada há nove anos, a obra foi orçada em 25 milhões de dólares.
A restauração do teatro de 99 anos começou com a medição de sua acústica, pouco antes da quebra econômica de 2001-2002 que levou milhões de argentinos a mergulhar na pobreza.
Mas a obra seguiu adiante apesar disso, e o teatro está fechado desde novembro de 2006, enquanto trabalhadores restauram com muito trabalho suas fachadas de estuque, colunas e vitrais delicados.
"A acústica é o essencial", disse a arquiteta Bettina Knopf, que vem prestando assessoria à equipe responsável pela restauração.A equipe convocou físicos, engenheiros, arquitetos e outros especialistas para preservar a delicadeza do som do auditório, que tem formato de ferradura, impedindo modificações, mesmo que sejam pequenas, à estrutura dos assentos enquanto ficam armazenados.
Artistas vão testar a qualidade do som quando o teatro reabrir para seu 100º aniversário, em maio de 2008, evento que será festejado com uma apresentação da "Aida" de Verdi, a mesma ópera apresentada na inauguração da casa, em 1908.
A construção, que mistura diversos estilos arquitetônicos europeus, vai ganhar telhado, iluminação, ar condicionado e encanamentos novos.
Com 2.487 lugares, o Colón (Colombo em espanhol) fica no coração de Buenos Aires, conhecida como "a Paris da América do Sul", e é elemento central da identidade cultural argentina, pautada pela Europa.
Nomes internacionais legendários como Maria Callas, Luciano Pavarotti e Mikhail Baryshnikov já se apresentaram no teatro, que agora se encontra destituído de seus assentos, pisos de madeira, decorações douradas e estofamentos de veludo.
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