Incentivo
Ator critica pouca atenção do governo do estado aos palcos
Nem tudo são flores nas perspectivas do teatro curitibano. Para o ator Eduardo Simões, foi positiva a discussão da comunidade artística local na ocasião da entrega do Troféu Gralha Azul no fim do ano passado, especialmente sobre o papel do governo do estado, que ele considera "ainda omisso em relação ao que se faz aqui". "Espero que, além da discussão, a classe teatral se una de fato para cobrar do poder público o papel que é dele, de apoiar as artes e fortalecer a identidade cultural do nosso estado." Outra cobrança que ele levanta é a entrada em funcionamento do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice) "a despeito de ser um ano eleitoral, quando sabemos que tudo corre mais devagar".
Ano novo, teatro novo. Por mais que as possibilidades de incentivo sejam consideradas limitadas na cidade, vários grupos de Curitiba já tocam projetos novos e as estreias estão ocorrendo. "O desejo de fazer é muito maior do que as reais possibilidades", define a diretora Sueli Araújo, da CiaSenhas.
O grupo dela ainda está de ressaca da boa temporada de 2013, quando levou seu espetáculo Circo Negro a São Paulo, Porto Alegre, Londrina e São José do Rio Preto (SP). A comemoração precisou ser encurtada para que o coletivo se concentrasse na próxima estreia no sorteio dos grupos escolhidos para ocupar o Teatro Novelas Curitibanas, a CiaSenhas pegou a primeira estreia, em 13 de fevereiro. Obscura Fuga da Menina Apertando sobre o Peito um Pano de Renda parte, assim como Circo Negro, de um texto do argentino Daniel Veronese. "Mas é outra pegada, ainda que a metalinguagem e a exposição da teatralidade e o jogo com a plateia permaneçam", contou Sueli à Gazeta do Povo. Outra boa notícia vinda do grupo é a intenção de voltar a realizar a Mostra Cena Breve, em outubro contanto que surja um patrocínio.
Também em fevereiro, a Cia. de Bife Seco abre ao público seus ensaios do projeto Bifes_1: todo sábado à tarde, interessados poderão acompanhar a evolução criativa que culminará na exibição de seis solos, com o diretor Dimis Jean Sores e os atores Luiz Bertazzo, Sávio Malheiros, Patrícia Cipriano, Má Ribeiro e Ciliane Vendruscolo. O projeto, que depois será desdobrado em Bifes_2, com mais solos, venceu um prêmio de teatro da Funarte, do Ministério da Cultura.
Para Dimis, o público curitibano cada vez mais "compra a ideia" de ir ao teatro o que se reflete na lotação do Teatro Novelas Curitibanas, voltado a montagens experimentais.
Mas é inegável que o momento que o curitibano mais destina aos palcos é durante o Festival de Teatro, que neste ano vai de 25 de março a 6 de abril. Serão 37 espetáculos na mostra oficial, incluindo o musical Jim, sobre o vocalista Jim Morrison (1943-1971), da banda The Doors, com Eriberto Leão como protagonista.
Os espetáculos internacionais sobem para quatro entre eles, está em negociação o monólogo Green Porno, de Isabela Rosselini, conforme divulgou a coluna de Reinaldo Bessa na Gazeta do Povo.
As demais atrações como a programação da mostra de mágicas Mish Mash, que terá curadoria do artista do Cirque du Soleil Derik Scott e nove estreias nacionais serão divulgadas dia 3 de fevereiro em coletiva à imprensa, em São Paulo. As vendas começam dia 7 de fevereiro, com ingressos a R$ 60 e R$ 30 a meia-entrada (a cobrança da taxa de conveniência dependerá de decisão judicial).
A França é aqui
Durante o festival, haverá um ensaio aberto da Cia. Brasileira de Teatro nosso grupo mais premiado e viajado no momento com os franceses da Compagnie Jakart & Mugiscué e do Théâtre de lUnion, dentro do projeto Nus, Ferozes e Antropófagos. A companhia também percorre o país na circulação/criação brasil.
"Um trabalho alimenta o outro. Estar fora e dentro [do país] é uma dinâmica importante no processo criativo", aponta o diretor Marcio Abreu.
Selvagens
O segundo grupo do ano a adaptar o palco modelável do Novelas será a Casa Selvática, que estreia Iracema 236 ml em abril, numa revisitação do texto indigenista de José de Alencar. No segundo semestre, o grupo parte para a apresentação de quatro espetáculos em cinco cidades do país, também incentivado pela Funarte.
Em matéria de humor, grupos como o Antropofocus pretendem fazer rir ainda mais. No caso dos decanos criadores das Pequenas Caquinhas, a ideia é começar um Humor de Carnaval. "Queremos oferecer mais uma opção de distração na época dos confetes", diz o diretor Andrei Moscheto. O grupo está com um novo espaço, na Rua Sete de Setembro, para programar cursos e locar para outros grupos.
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