• Carregando...
Obscura Fuga da Menina Apertando sobre o Peito um Pano de Renda, da CiaSenhas, terá estreia em fevereiro | Elenize Dezgeniski/Divulgação
Obscura Fuga da Menina Apertando sobre o Peito um Pano de Renda, da CiaSenhas, terá estreia em fevereiro| Foto: Elenize Dezgeniski/Divulgação

Incentivo

Ator critica pouca atenção do governo do estado aos palcos

Nem tudo são flores nas perspectivas do teatro curitibano. Para o ator Eduardo Simões, foi positiva a discussão da comunidade artística local na ocasião da entrega do Troféu Gralha Azul no fim do ano passado, especialmente sobre o papel do governo do estado, que ele considera "ainda omisso em relação ao que se faz aqui". "Espero que, além da discussão, a classe teatral se una de fato para cobrar do poder público o papel que é dele, de apoiar as artes e fortalecer a identidade cultural do nosso estado." Outra cobrança que ele levanta é a entrada em funcionamento do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice) – "a despeito de ser um ano eleitoral, quando sabemos que tudo corre mais devagar".

  • Bifes_1 traz seis solos experimentais
  • O musical Jim, de Paulo de Moraes, virá ao Festival
  • A Cia. Brasileira em Brasília, durante a circulação do projeto brasil

Ano novo, teatro novo. Por mais que as possibilidades de incentivo sejam consideradas limitadas na cidade, vários grupos de Curitiba já tocam projetos novos e as estreias estão ocorrendo. "O desejo de fazer é muito maior do que as reais possibilidades", define a diretora Sueli Araújo, da CiaSenhas.

O grupo dela ainda está de ressaca da boa temporada de 2013, quando levou seu espetáculo Circo Negro a São Paulo, Porto Alegre, Londrina e São José do Rio Preto (SP). A comemoração precisou ser encurtada para que o coletivo se concentrasse na próxima estreia – no sorteio dos grupos escolhidos para ocupar o Teatro Novelas Curitibanas, a CiaSenhas pegou a primeira estreia, em 13 de fevereiro. Obscura Fuga da Menina Apertando sobre o Peito um Pano de Renda parte, assim como Circo Negro, de um texto do argentino Daniel Veronese. "Mas é outra pegada, ainda que a metalinguagem e a exposição da teatralidade e o jogo com a plateia permaneçam", contou Sueli à Gazeta do Povo. Outra boa notícia vinda do grupo é a intenção de voltar a realizar a Mostra Cena Breve, em outubro – contanto que surja um patrocínio.

Também em fevereiro, a Cia. de Bife Seco abre ao público seus ensaios do projeto Bifes_1: todo sábado à tarde, interessados poderão acompanhar a evolução criativa que culminará na exibição de seis solos, com o diretor Dimis Jean Sores e os atores Luiz Bertazzo, Sávio Malheiros, Patrícia Cipriano, Má Ribeiro e Ciliane Vendruscolo. O projeto, que depois será desdobrado em Bifes_2, com mais solos, venceu um prêmio de teatro da Funarte, do Ministério da Cultura.

Para Dimis, o público curitibano cada vez mais "compra a ideia" de ir ao teatro – o que se reflete na lotação do Teatro Novelas Curitibanas, voltado a montagens experimentais.

Mas é inegável que o momento que o curitibano mais destina aos palcos é durante o Festival de Teatro, que neste ano vai de 25 de março a 6 de abril. Serão 37 espetáculos na mostra oficial, incluindo o musical Jim, sobre o vocalista Jim Morrison (1943-1971), da banda The Doors, com Eriberto Leão como protagonista.

Os espetáculos internacionais sobem para quatro – entre eles, está em negociação o monólogo Green Porno, de Isabela Rosselini, conforme divulgou a coluna de Reinaldo Bessa na Gazeta do Povo.

As demais atrações – como a programação da mostra de mágicas Mish Mash, que terá curadoria do artista do Cirque du Soleil Derik Scott e nove estreias nacionais – serão divulgadas dia 3 de fevereiro em coletiva à imprensa, em São Paulo. As vendas começam dia 7 de fevereiro, com ingressos a R$ 60 e R$ 30 a meia-entrada (a cobrança da taxa de conveniência dependerá de decisão judicial).

A França é aqui

Durante o festival, haverá um ensaio aberto da Cia. Brasileira de Teatro – nosso grupo mais premiado e viajado no momento – com os franceses da Compagnie Jakart & Mugiscué e do Théâtre de l’Union, dentro do projeto Nus, Ferozes e Antropófagos. A companhia também percorre o país na circulação/criação brasil.

"Um trabalho alimenta o outro. Estar fora e dentro [do país] é uma dinâmica importante no processo criativo", aponta o diretor Marcio Abreu.

Selvagens

O segundo grupo do ano a adaptar o palco modelável do Novelas será a Casa Selvática, que estreia Iracema 236 ml em abril, numa revisitação do texto indigenista de José de Alencar. No segundo semestre, o grupo parte para a apresentação de quatro espetáculos em cinco cidades do país, também incentivado pela Funarte.

Em matéria de humor, grupos como o Antropofocus pretendem fazer rir ainda mais. No caso dos decanos criadores das Pequenas Caquinhas, a ideia é começar um Humor de Carnaval. "Queremos oferecer mais uma opção de distração na época dos confetes", diz o diretor Andrei Moscheto. O grupo está com um novo espaço, na Rua Sete de Setembro, para programar cursos e locar para outros grupos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]