Pediram para eu fazer uma lista das piores peças a que já assisti. Um pouco antiético, pensei. Que tal destacarmos o lado positivo?
Nesses cinco anos de cobertura da cena teatral, é claro que vi muita coisa boa. Muito, muito mais coisa do que cabe aqui.
Obviamente correndo o risco de também esquecer muitas experiências que se perderam na efemeridade da mídia ao vivo, aqui vão 5 escolhas. E que venham muitas outras!
Se você se animar a indicar suas peças favoritas, é só escrever no espaço dos comentários:
Primeira da lista. Qualquer lista é subjetiva e eu revelo aqui toda a minha. Adoro sarcasmo. Palmas para Alessandra Colasanti em sua sátira aos trejeitos acadêmicos e ao “culto do não sentido”. Vi no Teatro da Caixa em 2010.
Essa escolha vai pelo inusitado da performance pela qual o italiano Marco Cavalcoli dublava todas as vozes de “O Mágico de Oz”, de costas, enquanto nós assistíamos ao filme. Detalhe: caracterizado como Hitler, ele ressaltou todo o simbolismo nefasto da obra.
Os cinco monólogos trazidos ao Festival de Curitiba em 2013 pela Cia. Hiato partem de vivências pessoais para extrapolar artisticamente o tema. As criações são potentes e jogam com a verdade e a ficção.
O espetáculo de estreia do grupo curitibano Ave Lola trouxe muita poesia e delicadeza à adaptação da obra de García Lorca. No meio, humor inteligente.
A montagem do diretor norte-americano Robert Wilson foi realizada em 2013 com atores brasileiros. Apesar de causar estranheza a junção de seu estilo contemporâneo a um enredo do século 19, ainda que adaptado pela grande Susan Sontag, foi a oportunidade de ver uma produção ricamente iluminada, com treino de atores exemplar.