De acordo com o diretor Ulysses Cruz, a adaptação que ele dirige no teatro de “As benevolentes” é “muito, muito, muito livre” em relação ao romance de mesmo nome.
A fagulha que despertou sua atenção para a possibilidade de transpor a obra ao palco foi o comentário de um amigo, que percebeu que o primeiro capítulo do livro era um “monólogo impecável” – a peça, em cartaz em São Paulo até o fim do mês, é um solo de Thiago Fragoso.
“Na época, uns amigos meus tinham sofrido uma grande violência num assalto, e eu pensei que o mundo bárbaro em que vivemos era um tema”, contou Cruz à Gazeta do Povo.
O livro de Jonathan Littell causou forte impressão no meio literário pela crueza com que aborda as atrocidades nazistas. A escolha do galã Thiago Fragoso para viver o protagonista, um alemão que foi carrasco do regime de Hitler e conta suas memórias anos depois, pareceu natural ao diretor.
EM SÃO PAULO
Teatro Arthur Rubinstein. Rua Hungria, 1.000. 6ª, 21h30; sáb., 21h; dom., 18h. R$ 60 / R$ 80. Até 28/2. Estreia 6ª (22/1).
“É um ator extremamente dedicado, um cara focado, que não se dispersa em nada, e eu queria muito trabalhar com ele”, conta. “Quando surgiu esse personagem alemão, me veio a cara do Thiago, que é louro por natureza”, brinca.
Por coincidência, o ator estudava naquela época a empatia e a violência. “Ele deu uma interpretação que era humanizar o personagem, fazendo um carrasco com um lado humano”, define Cruz.
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