Show de Ceará também tem números musicais e uma retrospectiva da carreira, que começou no fim dos anos 1980.| Foto: Divulgação/

Wellington Muniz, o Ceará, se diz um cara da época em que as apresentações de humor, eram, na verdade, ‘shows’, com figurino, maquiagem e música de produção bem cuidada. Talvez por isso tenha ficado fora dos palcos por uma década inteira, jejum quebrado no ano passado, quando resolveu reunir todo o seu repertório no espetáculo “Ceará Dando as Caras”, que será apresentado neste domingo (19), às 20h, no Teatro Positivo – Grande Auditório.

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É a primeira vez do humorista em Curitiba e o show pode agradar tanto a quem já o conhecia da turma do “Pânico” quanto para quem nunca deu uma chance para o programa. Ceará ficou 18 anos na trupe, entre o início, na rádio, até os programas de televisão, que passaram pela RedeTV! e pela Band. Saiu no fim de 2014. “Ali estava estagnado e subaproveitado, mas já passou. Abdiquei de algumas coisas, mas tem um momento sua vida que você tem que caminhar com suas próprias pernas”, afirma.

Atualmente, está no Multishow com “Ceará Fora da Casinha”, que conta com a curitibana Bruna Louise no elenco. “Agora eu consigo conciliar a agenda de gravações na minha nova casa com o teatro e resolvi voltar aos palcos”, conta ele, que renovou com o canal da Globosat até 2018 e volta a gravar em breve.

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Ceará — Dando as Caras

Teatro Positivo — Grande Auditório (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300). Domingo (19), às 20h. De R$ 45 (meia-entrada) e R$ 120. Membros do Clube Gazeta do Povo têm 20% de desconto na compra de até dois bilhetes por titular.

Para quem já está acostumado ao humorista e à onipresente dentadura torta, sua assinatura em personagens diversos e imitações, estão garantidas as ‘presenças’ de “Silvio Santos”, “Maria Bethânia”, Gabi Herpes (Marília Gabriela) e Regina Ralé (Regina Casé). Por outro lado, quem não conhece o comediante vai ter a chance de saber de sua trajetória, que começou em Fortaleza no fim dos anos 1980, quando ele tinha apenas 18 anos e já tinha vencido a timidez extrema da infância. É uma verdadeira maratona: cerca de 60 tipos (ou vozes, como gosta de chamar) divididos em uma hora e meia de apresentação.

O espetáculo tem direção do humorista Pedro Haidar, que trabalhou como Jô Soares e Fausto Silva. Haidar também divide o roteiro com Ceará, que participou de cada detalhe. “Me envolvi nos figurinos, no roteiro, na direção, na parte musical... Passava a madrugada em estúdio de gravação para isso”, conta, sobre a parte musical, em que imita performances de Bethânia e Tina Turner, entre outros nomes.

Caricaturista

Dedicado observador de personagens anônimos, Ceará ficou especialista nas caricaturas dos famosos e se orgulha de ter recebido a aprovação de alguns dos ‘homenageados’. Regina Casé, inclusive, o recebeu no “Esquenta” para uma performance de sua versão “Ralé”. Essa foi uma das imitações mais complexas de fazer. “Tem imitação que, sem querer, já vem, como foi o caso do (José Luiz) Datena e do Paulo Henrique Amorim. A da Regina deu muito trabalho, foi quase dois anos nesse processo. Tem que ter o cuidado de não colocar muita tinta para não borrar”, afirma.

Seu processo de criação começa a partir de um bordão do imitado e depois vêm o restante da composição, com voz, figurino e maquiagem. Os dentes tortinhos da prótese é a única coisa que todos têm em comum.

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Regina Ralé, inspirada em Regina Casé: “Foi uma das imitações que deu mais trabalho acertar”.
Gabi Herpes também é entrevistadora e troca de óculos a todo momento, assim como Marília Gabriela, a homenageada.
A cantora Maria Bethânia também ganhou sua versão com dentadura tosca.
Silvio Santos, versão do Homem do Baú, é um dos personagens mais populares desde o início do programa Pânico na TV