Os alunos e professores da Escola de Dança do Teatro Guaíra (EDTG) – única estadual do país ao lado da escola do Theatro Municipal do Rio de Janeiro a oferecer formação gratuita em dança desde o ensino infantil– voltam a concentrar as suas atividades dentro do Teatro Guaíra a partir de quinta-feira (30). A mudança de sede já estava prevista desde março.
A escola funcionava há 27 anos em espaços alugados, o último deles, no Jardim Botânico, em um imóvel onde funcionava uma vidraçaria. Em março, o dono do prédio foi notificado judicialmente para vender o espaço para quitar débitos, e a EDTG precisou desocupar o local, que era considerado inadequado por professores e alunos.
O Teatro Guaíra, que abrigou a escola até 1988, vai concentrar as aulas, estúdios e setor administrativo da EDTG na rua Amintas de Barros – a logística foi feita para facilitar a saída dos pais e dos 200 alunos.
Segundo a diretora do teatro, Monica Rischbieter, pequenas adequações foram feitas no teatro para receber a escola, “Será um teste para ver como a escola irá se comportar nesses seis meses”, diz. Teatro e a escola tinham um projeto aprovado no Fundo para Infância de Adolescêndia (Fia) para as adaptações, mas a verba atrasou. O número de vagas disponíveis não foi alterado.
A EDTG oferece três cursos: Formação do Artista Bailarino, com duração de cinco anos de aulas e mais um ano de aperfeiçoamento; o Curso Técnico em Dança, com três módulos semestrais; e os Cursos Livres, formados por quatro cursos infantis e dois juvenis por semestre.
A intenção do teatro e da escola é que as novas instalações contribuam com a formação dos dançarinos, e facilite o acesso dos alunos aos palcos do Guaíra, para apresentação de seus espetáculos próprios.
Espaço próprio
A construção de uma sede para a EDTG já havia sido cogitada pelo governo estadual – a obra seria realizada em um terreno com mais de 6 mil metros quadrados, e investimento de R$ 15 milhões. O projeto, entretanto, não foi levado adiante.
Apesar de enfrentar há anos problemas além da infraestrutura, como a falta de mão de obra, a EDTG se apresenta em importantes festivais de dança do país, como o de Joinville, e formou alunas ilustres, como as atrizes Letícia Sabatella e Simone Spoladore, e a bailarina Eleonora Greca.