Se você é um espectador de teatro mais conservador e tem receio da interação dos atores com a plateia (“Chegará um dia em que ninguém irá ver Shakespeare, com medo que o Hamlet lhe bata a carteira”, escreveu Nélson Rodrigues) talvez se aflija com o nível de envolvimento do público com a peça “O Enigma”, que terá duas sessões nos próximos dias 24 e 25 (quinta e sexta-feira) e nos dias 1º e 2 de abril.
Quem não tem este tipo de medo terá boa diversão na comédia de suspense encenada na Estação Ferroviária em que o publico é conduzido na litorina de luxo em movimento e até participa da resolução do crime sob o qual a trama se desenvolve.
4 bilhões
Agatha Christie é a autora que mais vendeu na história segundo o Livro Guinness dos Recordes. Livros como “E Não Sobrou Nenhum” e ”A Ratoeira” já venderam cerca de 4 bilhões de cópias em 103 idiomas. Apenas a Bíblia e todas as obras de Shakespeare juntas venderam mais que os livros de Agatha.
O texto da peça, dos também diretores Juscelino Zilio e Carla Rodrigues, é uma adaptação livre do clássico romance de suspense “Assassinato no Expresso Oriente”, da escritora inglesa Agatha Christie. Porém, a fina ironia do detetive belga Hercule Poirot, protagonista desta e de outras histórias da rainha do crime, é substituído por um humor mais popular e escrachado.
Vagões de luxo
Os vagões Foz do Iguaçu e Copacabana da litorina de luxo que servem de cenário à peça O Enigma circulam pela Serra do Mar paranaense desde 2008. Com capacidade para 22 passageiros a formação faz um passeio noturno até a estação ferroviária de Piraquara e ao restaurante Obra Prima para um jantar e também faz a viagem até Morretes com saída ela manhã. Preços e horários podem ser conferidos aqui.
A peça acontece em três atos, cada um num cenário diferente da estação ferroviária de Curitiba. A primeira parte, no saguão da estação. A segunda, a bordo dos vagões Foz do Iguaçu e Copacabana da Litorina de Luxo. E o desfecho em um dos galpões da oficina de trens da estação construídos em 1972. Neste cenário nostálgico e elegante se destaca o figurino e maquiagem criados por Marcelino Miranda, ganhador de seis troféus Gralha Azul.
A trama se passa no ano de 1945, no dia da deposição da ditadura de Getúlio Vargas. Um assassinato durante uma viagem de trem a Paranaguá e todos os passageiros são suspeitos, pois tinham algum tipo de relação e motivo para matar.
Datas: 24 e 25 de março, 01e 02 de abril, às 20h30 no Saguão da Serra Verde Express (Av. Presidente Affonso Camargo, 330, Centro)
Ingressos: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (estudantes, idosos, professores e doadores de sangue).
Ingressos na bilheteria do Teatro Barracão EnCena ou na Serra Verde Express. Informações: (41) 3888-3488
Antes do inicio da sessão, um dos atores distribui um jornal do dia em que se passa a trama. Ali estão as pistas que serão importantes no desfecho da trama, no sombrio galpão da estação em que o personagem do detetive articular emula os sagazes discursos de Poirot e finalmente descobre a identidade do assassino.
Cada espectador recebe uma cédula com opções de autor, arma e motivo do crime. Quem acerta, ganha como prêmio um voucher para duas pessoas para uma viagem de litorina, na classe executiva até Morretes, passeio que custa R$ 178 a passagem individual com direito a almoço na cidade serrana.
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