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Para representar o breakdance brasileiro, o grupo  aposta em movimentos presentes em danças características do país. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Para representar o breakdance brasileiro, o grupo aposta em movimentos presentes em danças características do país.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

O grupo curitibano de breakdance Stil Contact caminha – ou dança – para deixar seu nome na história do hip-hop brasileiro. Em março, os oito integrantes da equipe viajam à França para representar a América Latina no Marseille Battle Pro, o maior festival de equipes de breakdance do mundo, na cidade de Marselha.

A oportunidade foi conquistada na vitória da etapa latino-americana da competição que também é conhecida como Chelles Battle Pro, que ocorreu em Goiânia (GO), nos dias 16 e 17 de janeiro.

A preparação, porém, não é de agora, os “Stils” buscavam essa chance desde 2004, quando decidiram viver somente do break. “Ano passado batemos na trave, ficamos quase até a final”, diz o b-boy Wender Souza, mais conhecido como Dinho Stil.

Grupo de break curitibano representa a América Latina na França

Dançarinos de hip-hop da capital paranaense ganharam a etapa latino-americana e agora seguem rumo à França, em março de 2016, para representar a América Latina no Marseille Battle Pro, o maior campeonato de equipes de breakdance do mundo.

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“Em 2004 foi quando a gente percebeu que estava fazendo diferente. Ganhamos competições. Foi um ano que representa nosso ponto de virada como equipe”, explica Eder Silva, o b-boy Edinho.

Ao longo de mais de uma década, o grupo tem acumulado conquistas. Ganhou competições dentro e fora do Brasil em quase todos os anos. Atuando sozinhos, os “Stils” também garantiram um espaço entre os maiores do mundo nos campeonatos individuais, como o Red Bull BC One com Dinho Stil e Rafael Moraes, o b-boy Rafa.

Edinho, uma espécie de porta-voz dos “Stils”, é também quem localiza o grupo dentro de um contexto nacional. Para ele, o Stil Contact pode ser considerado uma das cinco melhores equipes brasileiras.

A posição da equipe no cenário é destacada com orgulho pelo integrante, que não perde a humildade ao se imaginar dando trabalho aos “gringos” em março.

“Quando assumimos o break como um estilo de vida, ele se tornou para gente mais do que uma profissão. Hoje vivemos em função disso e não só treinamos, mas estudamos tudo aquilo que a gente tem que fazer. Para a França vamos levar estilos brasileiros de capoeira, frevo, samba, isso vai ser o diferencial na competição”, diz Edinho.

O Stil Contact foi fundado em 1999, mas nenhum dos b-boys da primeira formação segue na ativa. E todos os integrantes atuais entraram na equipe depois de 2004.

Stil Contact

O grupo é formado pelos b-boys Edinho, Harry Stil, Dinho Stil, Bonnes Stil, Rafa e Fernandinho. Atualmente também contam com a presença de dois convidados para a competição na Europa, o b-boy Dan, do grupo FBC de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e do b-boy Kleson, do grupo New Old School, de Brasília.

A equipe ensaia na Academia Vip Force, em Pinhais, enquanto se prepara para a competição na França. O grupo já tem tudo garantido para a competição em Marselha, mas ainda tem convite para mais dois eventos na Europa. A participação nos dois eventos não é garantida, já que os “Stils” ainda não possuem uma parceria para que possam representar o Brasil também nessas outras competições.

Para os b-boys, Curitiba teve um papel importante para o grupo não só pela geografia, mas pela concentração de dançarinos de break aos sábados no Shopping Itália, no Centro da cidade. Desde a década de 1980, b-boys e apreciadores de break se reúnem no local para, nas palavras de Dinho Stil, “fortalecer o movimento”.

“Curitiba é uma cidade que tem uma cena de break muito forte, mesmo sem grandes incentivos como em outros locais. Nesse ponto, o Shopping Itália foi importante, já que é lá que o break se fortaleceu”, diz Dinho.

Durante a reportagem, a equipe não estava completa, mas se engana quem imagina que é falta de responsabilidade ou dedicação. Dos quatro b-boys ausentes, dois estavam fora do Paraná estudando break e outros dois dando aulas da dança.

Edinho, Dinho Stil, Bonnes Stil e Harry Stil, porém, mostram já nos primeiros movimentos o motivo de a equipe estar com as malas prontas para a Europa. Os quatro, “voam” com mortais, “congelam o tempo” com paradas de mão ou “aceleram o relógio” com os giros rápidos nos chão.

A inspiração do grupo é até fácil de se perceber: o Brasil. Profissionalmente, os nomes de Pelézinho e Neguin, os melhores b-boys brasileiros, estão na ponta da língua como a referência, mas o samba, o futebol, a capoeira e o frevo são os elementos que mais se destacam como fonte dos movimentos. Em meio aos passos da dança eles pedem que todos fiquem atentos ao que ainda está por vir, já que prometem colocar Curitiba e o Brasil definitivamente no mapa do break mundial.

“Em março, vocês [a reportagem] vão contar que a gente ganhou lá na França”, profetiza em tom de brincadeira o b-boy Erycksson de Paula, o Harry Stil.

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