Muita gente deve pensar que Lisbela e o Prisioneiro é um texto de Ariano Suassuna. A peça tem sessões de sexta-feira a domingo no Teatro da Caixa. Veja mais informações no Guia.
Na verdade, o escritor Osman Lins, pernambucano, foi influenciado pelo mestre paraibano. Osman viveu nos anos 1940 na cidade de Vitória de Santo Antão (PE), que escolheu como cenário dessa comédia que traz as boas marcas de Suassuna: a fala regionalizada, as cores da terra, as peripécias velozes.
No enredo, Lisbela é a protegida filha do delegado da cidade, de casamento marcado com um advogado muito exibido. Empolgada por sua loucura pelo cinema norte-americano, ela se apaixona por um artista– só que de circo. O rapaz é um típico Don Juan do sertão e usa a situação para tentar escapar de um matador.
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Sequência usa um “frenesi” de subtramas e dá espaço para seu excelente elenco, que conta com Richard Gere e Tina Desae
Leia a matéria completaA montagem é do grupo mineiro Canastra Real, que situa a trama nos anos 40 – grande diferença para com o filme de mesmo nome, que Guel Arraes lançou em 2003.
“O diretor optou por fazer algo bem diferente do filme, em que a história se passa nos anos 80, é mais modernizada”, explica a atriz Fernanda Botelho, que interpreta Lisbela.
Ela destaca a curiosidade de que o texto foi criado por Lins como suas memórias ficcionais, incluindo lembranças que ele tinha de familiares e uma caracterização bastante nordestina.
O sotaque trazido pelos atores revela esse traço: Lisbela, por exemplo, fala como uma legítima pernambucana. Já outros personagens simulam o registro do nordeste mineiro, “parecido, mas diferente”.
O cenário e figurino pintam um sertão dos anos 40 bastante festivo.
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