Imagina se o Teatro Guaíra falasse! Nosso principal palco acumula apresentações fantásticas desde a inauguração nos anos 1970.
Agora, a história do próprio prédio sai no livro “Teatro Guaíra – Nasce um Ícone”, com 168 páginas em edição caprichada, reunindo 148 imagens da construção e de documentos que ajudam a contar essa história.
A obra será lançada nesta quinta-feira (25), às 19 horas, na Livraria da Vila, e poderá ser comprada por R$ 80. Exemplares serão doados a bibliotecas e entidades públicas educativas e culturais.
O livro dá conta do enredo dramático que foi a construção, com atraso de 20 anos entre a inauguração do Guairinha (1954, durante as comemorações do centenário de emancipação do Paraná) e do Guairão (1974) devido a questões financeiras e de gestão pública, além do cinematográfico incêndio que destruiu a edificação já quase pronta em 1970. O miniauditório do Guaíra seria entregue só em 1975.
O engenheiro e arquiteto que assina a obra, Rubens Meister (1922-2009), estava na Grécia na ocasião do fogo – o detalhismo da obra, percebido em fotos e textos do livro, permite imaginar um pouco do que foi aquela crise.
A publicação, inédita em sua temática, é fruto do esmero de Erich Nissen, fiscal da obra ao longo de todo o processo e um dos homens de confiança de Meister. Ele conservou o acervo fotográfico e montou um álbum com as informações e imagens.
“O Guaíra virou um personagem na vida dele, parecia um dos filhos, sentado à mesa”, relembra a pesquisadora Waltraud Sekula, convidada para tirar o projeto de livro do papel em 2011. “Se metade das pessoas tivessem o interesse dele no resgate da nossa história, não teríamos essa colcha de retalhos com tantas falhas que é nossa memória.”
Com a morte de Erich em 2015, a filha Loire Niessen manteve o plano do livro. Assinam textos da obra, ainda, o arquiteto Claudionor Beatrice, sobre as especificidades do prédio, e o diretor e dramaturgo Jul Leardini, que faz um retrospecto sobre o fazer teatral no Paraná desde o século 19, incluindo detalhes sobre o primeiro endereço do então chamado Theatro Guayrá (antigo São Theodoro), onde hoje fica a Biblioteca Pública.
Além dos textos e fotos, há 21 depoimentos colhidos em entrevistas com trabalhadores da construção e funcionários antigos do Guaíra.
O capricho do livro inclui textos históricos, como os pareceres sobre os projetos criados para o teatro na década de 1950, premiados em concurso mas preteridos em favor da ideia de Meister, cujo modernismo condizia com os planos do governador Bento Munhoz da Rocha Neto para o estado.
Erich Nissen, Loire Nissen, Waltraud Sekula, Claudionor Beatrice e Jul Leardini. Lançamento dia 25 às 19h na Livraria da Vila do Shopping Pátio Batel (Av. do Batel, 1.868 – Batel), (41) 3020-3500. Entrada franca. Preço do livro: R$ 80.
Lista
1. Som
Sua acústica é considerada excelente
2. Estrutura
A arquitetura modernista se tornou atemporal
3. Degraus
As escadas helicoidais do saguão de entrada são um grande feito de engenharia, pois não possuem apoio central
4. Importado
Um guindaste especial precisou vir da Alemanha, de navio, para a construção (e mais um operador para acioná-lo)
5. Por quê?
Na noite em que o topógrafo marcou o terreno com estacas, o profissional de terraplanagem tirou tudo para assentar o terreno – e recolocou as madeiras onde quis. No dia seguinte o mestre de obras telefonou ao arquiteto e perguntou: “Por que está dando tudo errado?”
6. Subida
As rampas laterais e a altura entre cada degrau da escadaria foram uma preocupação pioneira com acessibilidade
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