Em um período de vacas magras no teatro local, surge uma explosão de novidades a partir desta sexta-feira (20). É quando estreia “T³”, espetáculo da Súbita Companhia que fica em cartaz até domingo.
A peça faz parte de uma mostra que ocupará o Teatro Novelas Curitibanas durante um mês, intitulada “Drama_1”. Outros três trabalhos serão estreados no período, uma por semana, sempre com minitemporadas de sexta a domingo.
Com idealização e produção da companhia Bife Seco, a proposta era que os grupos produzissem o próprio texto teatral – uma vertente que a Bife Seco tem experimentado e desejava difundir, com incentivo parcial da Funarte.
As quatro equipes participantes foram selecionadas entre 33 projetos concorrentes por uma curadoria que reuniu Giovana Soar, Sueli Araújo e Clóvis Severo Brudzinski.
Drama_1
Teatro Novelas Curitibanas (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.222 – São Francisco), (41) 3321-3358. Apresentações sempre às 20 horas. R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada).
“T³”, com a Súbita
“domingos vivos retratos vazios”, com a Café Preto
“Édipo_2: Párodo, com a Subjétil
“Mommy”, com a Setra
“Conseguimos fazer os grupos conversar uns com os outros e com cinco orientadores convidados”, conta Dimis Jean Sores, um dos organizadores da mostra. “Alguns trabalhos mudaram após serem apresentados a outro grupo, a contribuição ajudou muito.”
Escalada para abrir os trabalhos, a Súbita optou por criar um monólogo com o ator Cleydson Nascimento. A ideia inicial da diretora Maira Lour era adaptar contos de Marina Colasanti reunidos no livro “A Morada do Ser”, mas ele acabou servindo apenas como mote principal: um personagem cuja casa é seu próprio corpo.
Unindo essa ideia ao interesse de Cleydson por física quântica, surgiu uma peça que aborda os universos paralelos. Isso é feito até espacialmente, com o público sendo convidado a deslocar-se na sala, a “reorganizar-se” da mesma forma que a matéria no mundo.
Outra influência das teorias físicas no espetáculo é a variedade de climas: por vezes ela é sarcástica e, em outros momentos, bem séria.
O texto é de Maira e Cleydson, escrito a quatro mãos. “Foi a oportunidade de renovar minha dramaturgia, que estava desgastada após outros trabalhos”, confessa a diretora.
O solo de Cleydson inaugura uma pesquisa da Súbita chamada “Habitat”, que trabalhará conteúdos autorais. Outras peças deverão ser criadas a partir de temas das atrizes Janaína Matter e Helena Portela.
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