Apesar de não se considerar cantor, o ator Diogo Vilela atua em musicais desde os anos 90, quando fez a primeira versão de “Cabaré” com Beth Goulart. Estuda continuadamente o canto desde 1996. Também protagonizou criações brasileiras, como os shows sobre o cantor Nelson Gonçalves, o compositor Ary Barroso e ainda Cauby Peixoto. Fez também a comédia musical “A Gaiola das Loucas”, sobre um casal homossexual.
“Sempre fui voltado ao canto. É uma herança de minha mãe”, contou o ator à Gazeta do Povo.
Neste fim de semana, Diogo traz ao Teatro Fernanda Montenegro “Sim! Eu Aceito!”, um clássico da Broadway em que contracena com a atriz Sylvia Massari. Os dois estão sozinhos em cena, numa intensa relação de palco que já ganhou várias adaptações para o teatro, musical e cinema. O argumento original é de Jan de Hartog, com versão musical de Tom Jones e versão brasileira de Flávio Marinho, com direção de Cláudio Figueira.
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Na trama, o casal Agnes e Michael se casa e vive diante da plateia 50 anos de “DR”, como é chamada carinhosamente a discussão de relacionamento. Além do fato de estarem a sós, dando conta do espetáculo inteiro, Diogo e Sylvia encararam um desafio técnico. Em clima de comédia, eles passam da fala ao canto com naturalidade, que é onde mora a dificuldade desse tipo de performance: não há tempo para a passagem da fala ao canto, já que não são números musicais isolados. As canções são acompanhadas por dois pianos ao vivo.
Apesar de a fonte da comédia datar dos anos 50, tendo feito sucesso na Broadway a partir de 1966, a mulher vivida por Agnes não parece antiquada, e sim “universal”, de acordo com Diogo. Já seu personagem, Michael, é um mandão inverterado, que exige com virulência que as meias estejam lavadas e critica a decadência física da esposa.
“Ele é machista, e a plateia fica chateada com isso. Fica na torcida para se acertarem”, conta Diogo.
Agnes, quando se casa, é toda romântica e delicada, mas passa aos poucos a implicar com as manias do marido – como mastigar dormindo. Numa das cenas mais engraçadas, eles fazem uma lista de defeitos do outro, e chegam à conclusão de que nenhum dos dois é perfeito.