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Rosa em Preto e Branco aborda o teatro de Tennessee Williams. | Marco Novack/Divulgação
Rosa em Preto e Branco aborda o teatro de Tennessee Williams.| Foto: Marco Novack/Divulgação

Um homem de teatro como Tennessee Williams merecia um espetáculo sobre o próprio teatro, e é essa a toada de Rosa em Preto e Branco, que tem apresentações até domingo no Teatro José Maria Santos.

A vida e a obra do dramaturgo norte-americano são abordadas pelo prisma do relacionamento com a irmã esquizofrênica, em quem um procedimento de lobotomia resultou na apatia dela e na culpa que ele carregaria para sempre. Para dar vida a essa proposta, o dramaturgo Rafael Camargo e o diretor Maurício Vogue colocaram em cena quatro atores que parecem enjaulados num processo criativo, lutando com suas exigências físicas e psicológicas.

ÚLTIMA SEMANA

Rosa em Preto e Branco

Teatro José Maria Santos (R. 13 de Maio, 655), (41) 3324-8208. Direção de Maurício Vogue. Texto de Rafael Camargo. 5ª a dom. às 20h (até 24/5). R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). Classificação indicativa: não informada. Mais informações no Guia.

A caricatura de ensaios de teatro acaba sendo engraçada para pessoas de dentro ou fora do ramo, satirizando a falta de concentração dos atores ou as neuroses que os ajudam a trabalhar, além da relação com um diretor autoritário – responsável por pontos altos do espetáculo.

O cenário realista que simula uma sala de ensaios, aparentemente sem grande apelo, surpreende ao nos envolver nas discussões ao redor de uma mesa, como se fôssemos voyeurs de uma loucura alheia. Mesmo os adereços do palco acabam saindo do esquadro mais para o final.

Algumas das melhores cenas são protagonizadas por Sidy Correa, como quando o relato de um médico sobre seu paciente gera ataques de riso excessivos. Mas há momentos em que a vontade de colocar em cena o momento político soa didático, o que enfraquece o resultado artístico.

Citações de nomes de peças, personagens, acontecimentos do enredo de trabalhos de Williams surgem no texto de forma ora pitoresca, ora forçadas, assim como a repetição de exercícios de corpo.

Luiz Carlos Pazello convence com o bigode e os trejeitos de Williams, e Inés Gutierrez e Laura Haddad também fazem um ótimo trabalho.

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