Se Édipo partiu em exílio após entender a extensão de sua trajetória e furar os próprios olhos, o público de “Édipo 2_Párodo” também terá de sair pelas portas do teatro e buscar na rua algumas respostas para o mito grego.
A estreia do diretor Darlei Fernandes faz parte da mostra Drama_1, que selecionou projetos promissores com dramaturgia autoral.
Inspirado na narrativa do rei de Tebas que descobre ter matado o pai e casado com a mãe, sem saber quem eles eram, Darlei realizou uma primeira performance em 2010 relacionada ao prólogo escrito por Sófocles para a peça, que situa a crise vivida em Tebas como castigo ao incesto praticado por Édipo.
Neste segundo capítulo, Darlei coloca em cena o coro, elemento importante do teatro grego que funciona como uma voz da sociedade ou da consciência. Esse coro reclama da peste que devasta Tebas, e questiona quais seriam as “pestes” modernas: a política, a mesquinharia?
120 minutos
O trajeto de “Édipo e_Párodo” dura de 1h30 a 2 horas.
“Édipo se torna apenas um contexto. O coro se refere a ele, mas diz que ele não está entre nós”, explica o diretor.
A procissão proposta pelo espetáculo começa no pátio do Novelas. Depois disso, o público é guiado pelas ruas do bairro para participar de outras 11 cenas, seja com paradas ou durante a própria caminhada.
Alguns momentos incluem a interação com frases pichadas em muros; em outros, o público entra em locais inusitados da região.
A recomendação é chegar um pouco antes, calçando tênis e portando guarda-chuvas.
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