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O musical “O beijo no asfalto” foi uma das peças transferidas. | Thiago Detofol/Divulgação
O musical “O beijo no asfalto” foi uma das peças transferidas.| Foto: Thiago Detofol/Divulgação

No ano em que o Festival de Teatro de Curitiba completa 25 anos, seu diretor, Leandro Knopfholz, lamenta precisar abrir mão do auditório mais importante da cidade, o Guairão. E junto foi o Guairinha. O evento acontece de 23 de março a 3 de abril.

Os espetáculos que já estavam marcados para essas duas salas foram transferidos, respectivamente, para a Ópera de Arame e Teatro da Reitoria (veja quais são eles no quadro ao lado).

Novos espaços

Veja para onde foram os espetáculos transferidos:

Teatro da Reitoria

“Why The Horse”, com Maria Alice Vergueiro

Dias 28 de março (19h e 21h30)

“Tebas Land”, do Uruguai

Dias 30 e 31 de março

“Processo de Conscerto do Desejo”, solo do ator Matheus Nachtergaele

Dias 2 e 3 de abril

Ópera de Arame

Musical “O Beijo no Asfalto”

Dias 28 e 29 de março

“Urinal, o Musical”

Dias 26 e 27 de março

“Portátil”, do Porta dos Fundos

Dias 30 e 31 de março

“Morte Acidental de um Anarquista”, com Dan Stulbach

Dias 2 e 3 de abril

O problema foi um desentendimento comercial com o Disk Ingressos, que vende as entradas para espetáculos das salas administradas pelo Centro Cultural Teatro Guaíra desde 2013, quando foi terceirizado o serviço de bilhetagem.

Nos últimos três anos, o Festival atuou em parceria com a empresa de vendas. Porém, neste ano, discordou das condições impostas.

“É triste”, diz Knopfholz. “É a sala mais importante do Paraná, a mais equipada, um marco que todo mundo reconhece.”

Para “atenuar a situação”, nas palavras do diretor, a festa de abertura, dia 22 de março, será realizada no Guairão, com o show “Bethânia e as palavras”. Nesse caso, a festa é só para convidados e não há ingresso.

Outros espetáculos da mostra paralela Fringe já marcados para o Mini-Guaíra e o Teatro José Maria Santos, também administrados pelo Centro Cultural Teatro Guaíra, terão ingressos vendidos apenas pelo Disk-Ingressos.

Bilhetagem

O processo de vendas por empresas terceirizadas acaba encarecendo o preço do ingresso. A prática é comum, e o próprio Festival cobra em seu site e nas bilheterias uma taxa administrativa, que vai de R$ 1 a R$ 5.

Briga antiga

Em nota enviada à imprensa, o Centro Cultural Teatro Guaíra afirma que trabalha dentro de limites legais e reafirma a necessidade de terceirização da bilheteria, o que foi realizado em 2013. A discussão sobre as condições da venda de ingressos ocorre desde 2014, de acordo com o teatro, que salienta o prejuízo que tem em permanecer fora do festival.

De acordo com a diretora do Teatro Guaíra, Mônica Rischbieter, o contrato da casa com o Disk Ingressos exige exclusividade, o que inviabiliza a mudança neste momento. “O que a Parnaxx [produtora do Festival] propôs foi que o Centro Cultural Teatro Guaíra desconsiderasse todo o processo licitatório e afastasse a empresa Disk Ingressos do Festival de Teatro, o que é ilegal.”

O teatro também teria proposto a isenção total das taxas dos teatros durante o Festival para garantir sua realização em seus auditórios, mas isso não foi aceito pela direção do evento.

Também em nota, a Disk Ingressos afirma que “não mediu esforços, assim como a direção do próprio Teatro Guaíra, para viabilizar as peças do Festival de Teatro de Curitiba nas dependências do referido teatro” e que o contrato público que tem com o teatro impede a transferência do serviço para outra empresa durante o Festival.

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