“O Paraná é a Rússia brasileira!” Isso parece ser um consenso nacional, tamanha a quantidade de casos absurdos que acontecem tanto aqui quanto na gélida terra de Dostoiévski. Situações hilárias, em geral testemunhadas por câmeras, dão a dimensão do potencial do absurdo e de comédia. De ladrão invadindo perfumaria para descolorir o cabelo até um peladão passeando de ônibus no Terminal Campo Comprido, o paranaense tem talento para a comédia mesmo sem fazer esforço. E é nesse ambiente propício para fazer rir que o grupo de humor Tesão Piá se estabeleceu. No domingo (6) comemoram quatro anos com espetáculo especial de fim de ano no Grande Auditório do Teatro Positivo, em Curitiba.
Começaram, ainda com outro nome, falando sobre expressões e comportamentos típicos do curitibano. “Esse nosso projeto copia a ideia de Shit New Yorkers Say (em que humoristas falam sobre o mesmo assunto em vídeos na Big Apple). Deu muito certo aqui e em Porto Alegre, onde fizeram pela primeira vez. Tentaram fazer o mesmo no Rio, por exemplo, mas não vingou”, lembra Cadu Scheffer, idealizador do espetáculo e do canal no YouTube, que tem 155 mil inscritos.
“A nossa pegada é essa, a gente gosta de trabalhar com o sarcástico, com o ácido e com o lúdico”, completa Scheffer, que começou o projeto com o amigo gaúcho Fagner Zadra, com quem fazia stand-up à época, e logo agregou Luana Roloff, colega de curso de teatro do Lala Schneider, o vizinho Samuel Machado e Jéssica Medeiros, então namorada e com quem está casado há três anos.
Domingo (06), às 20h30
Local: Teatro Positivo - Grande Auditório (Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 – Campina do Siqueira. Tel.: 3317-3107
Ingressos: R$ 35 (meia-entrada plateia superior) a R$ 80 (inteira plateia inferior) à venda pelo site Disk Ingressos ou telefone 3315-0808.
Foi um grande encontro da identidade artística do quinteto com o que fazia de fato o curitibano gargalhar. “Curitiba absorve esse tipo de humor. Às vezes, não pegamos muito o (humor) que é feito no Norte e do Nordeste do Brasil. Esse nosso projeto é uma cópia de Shit New Yorkers Say (em que humoristas falam sobre o mesmo assunto na Big Apple), que se deu muito bem aqui e em Porto Alegre, onde fizeram pela primeira vez no Brasil. Tentaram fazer no Rio de Janeiro, por exemplo, mas não vingou”, compara. “É mais para região fria, que se conecta com Nova York, que é o berço desse tipo de vídeo que a gente faz. O clima tem influência direta com o fato de o curitibano ser fechado e ter esse humor”, acredita.
Os piás e gurias do grupo têm bagagens distintas que contribuíram para a diversidade das histórias que contam nos vídeos e nos espetáculos. Scheffer e Luana têm formação em interpretação, enquanto Zadra, que começou no humor desenhando cartuns, também é palhaço. Jéssica, publicitária, e Machado, que entrou ajudando na sonoplastia, tiveram de exercitar a atuação quando não havia outros atores. Acabaram se apaixonando tanto pelo que fazem que já buscam aperfeiçoamento nas artes cênicas.