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Primeiro foram as imagens da tevê, que chocaram o mundo. Depois, vieram a internet, os jornais, as revistas. Em seguida, apareceram os primeiros documentários – antes para a tevê, depois para os cinemas. Foram sucedidos por livros, dezenas de obras que tentavam explicar o que todos haviam visto, mas ainda não estava digerido. Agora, finalmente, chegou a vez dos filmes de ficção sobre o tema. Sim, estamos falando sobre o 11 de setembro, o dia que inaugurou uma nova época para a humanidade.

Vôo 93, que estréia hoje no Brasil, é uma tentativa inicial de transformar em drama ficcional os eventos daquele dia. Dirigido pelo inglês Paul Greengrass, o mesmo de A Supremacia Bourne e de Domingo Sangrento, o filme chegou a ser considerado precoce. Poderia mexer com emoções que o público norte-americano ainda não gostaria de sentir. Mas foi um sucesso, principalmente levando-se em conta o baixo custo da produção, de US$ 18 milhões.

O filme conta a história do quarto vôo seqüestrado pelos terroristas, o único que não chegou a atingir seus alvos. Informados sobre o que havia acontecido com os outros aviões, os passageiros se rebelaram, lutaram contra os seqüestradores e acabaram derrubando o avião antes que ele pudesse ser jogado contra algum prédio público.

A estratégia básica utilizada pelo diretor é a de fazer parecer que se trata de uma obra de não-ficção. Os atores são desconhecidos, para que o público não perceba que são profissionais vivendo os papéis. Não há efeitos especiais. A intenção não é fazer um filme típico de Hollywood e deixar que o espectador viva atentamente o drama dos passageiros.

Assim como o público, a crítica dos EUA também recebeu o filme com entusiasmo na época de sua estréia, em abril. "É um filme magistral, comovente, e que honra a memória das vítimas", afirmou Roger Ebert, um dos mais conceituados críticos de cinema do país. Para quem quiser entender o mundo em que vivemos nos últimos cinco anos, vale a pena conferir.

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