Mais uma vez chega por aqui uma banda com guitarras altas e refrões para todo mundo cantar, em um jeito de fazer rock consagrado por nomes como Kiss e Ramones. A diferença é que saem marmanjos sujos e mal-encarados e entram as Donnas, quatro garotas da Califórnia em uma versão anos 2000 de Joan Jett e sua "I love rock 'n roll". Elas começam nesta quarta-feira (22), em Porto Alegre, uma série de três shows pelo país que ainda passa por Curitiba (quinta) e São Paulo (sábado).
Para captar o espírito das meninas, basta dar uma sacada nos títulos de algumas faixas: "5 o'clock in the morning" (5 da manhã), "Dirty denim" (Jeans sujo), "You wanna get me high" (Você quer me deixar chapada) e por aí vai. Após 14 anos de carreira, elas estão prestes a lançar o sétimo disco, "Bitchin", que sai no mês que vem.
A baterista Torry Castelano bateu um papo com o G1 por telefone e explicou o título do álbum ("do cacete", numa tradução bastante livre) e o que elas tentaram fazer neste novo trabalho.
"Nós apenas tentamos escrever músicas que soassem como hinos rock 'n roll, sabe? Com muitos coros, o som bem cheio, algo que funcionasse bem ao vivo e fizesse as pessoas cantar junto. Algo para enlouquecer as pessoas", disse a doce Torry."O nome 'Bitchin' tem a ver com atitude. O termo é uma gíria que significa por aqui algo bem bacana e nós achamos que resumia bem a atmosfera do álbum." O disco também representa uma nova fase para as Donnas, após as quatro terem deixado a grande gravadora Atlantic (por onde lançaram o seu maior sucesso, "Spend the night", 12ª posição na "Billboard") e decidirem abrir um selo próprio, o Purple Feather Records.
"Nós aproveitamos muito o que observamos ao trabalhar para a Lookout! (gravadora independente que já foi a casa do Green Day) e para a própria Atlantic para aprender alguma manhas do negócio. Desde a música até a imagem", contou. A banda deve tocar algumas das novas músicas nos shows do Brasil.
Esta estudante de japonês já há cinco anos elege como seus bateristas favoritos algumas figurinhas carimbadas do hard rock e do rock em geral como Tommy Lee, que fez nome no Motley Crue, Joey Kramer do Aerosmith e o rolling stone Charlie Watts. "Ah, claro, o John Bonham do Led Zeppelin também", completa.Sem dedicar muito espaço ao feminismo nas letras, como bandas de garotas no rock muitas vezes fazem, Torri afirma que as Donnas mostram a força das mulheres hoje em dia de um modo diferente: "O feminismo nas letras seria algo como dizer que tudo que os homens fazem as mulheres também podem. Nós tentamos ser apenas uma ótima banda e isso fala por si só".
Curiosamente, a baterista fica tímida quando perguntada a respeito de como aproveita uma noitada rock 'n roll - assim como é falado nas músicas. "Ai meu Deus... é difícil falar. Nós já fomos bem loucas, já tivemos as nossas histórias. Participamos de algumas festas bem agitadas, até bem de manhã, de ter que sair com óculos escuros no rosto. Nós gostamos desse tipo de coisa." Quem quiser mostrar como é uma festa rock 'n roll no Brasil, que se candidate...
Serviço: The Donnas (EUA). Quinta-feira (23) a partir das 22h30. Via Rebouças (Rua Engenheiro Rebouças, 1.645) Tel.: 3308-2792 e 3026-5050. Ingressos: R$ 40,00 e R$ 50,00.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia