2ª temporada. Sony Pictures do Brasil. Caixa com três discos. Classificação indicativa: 18 anos. Preço médio: R$ 69,90.
O ator irlandês Jonathan Rhys Meyers, astro de Match Point, pode até ser um Henrique VIII improvável. Seu look fashion de galã contemporâneo realmente não combina muito com a imagem corpulenta do monarca inglês, um homem considerado bonito para os padrões da época e lembrado por ter se casado seis vezes. A série The Tudors, no entanto, é um achado. Além de contar com direção de arte e figurinos irretocáveis, é sexy, pulsante e provocativa como The Sopranos.
Na segunda temporada da série,The Tudors dá mais espaço à vida política do rei e mostra, em detalhes, como Anna Bolena (Natalie Dormer), sua segunda esposa, cai em desgraça e acaba decapitada. Ao contrário da primeira temporada, que recebeu algumas críticas por tomar liberdades históricas em benefício da ficção, esta nova leva de episódios não deixa a desejar nesse quesito.
Teatro
Comédias
Oduvaldo Vianna. Editora Martins Fontes, 544 pág., R$ 65.
Menos lembrado do que o filho Vianinha (1936-1974), o comediógrafo Oduvaldo Vianna (1892-1972) foi um dos autores brasileiros de maior prestígio nas décadas de 1920 e 30. Sua obra, até então fora de catálogo, volta às livrarias, em parte, com a publicação do volume Comédias, preparado por Wagner Martins Madeira, que reúne três peças das mais de 30 escritas pelo paulista.
A inédita opereta O Clube dos Pierrôs (1919), fruto de um momento de afirmação da obra de Vianna, abre o livro, seguida pela comédia Feitiço (1932), a mais traduzida de suas obras, e, ao fim, pela comédia de costumes Amor (1932), um dos maiores êxitos de público da carreira de Vianna, levado ao palco em 1933, com direção do próprio autor e atuação de Dulcina de Moraes, que se consagraria com essa montagem. A peça trazia elementos modernos para a época, como a defesa do divórcio e a fragmentação da ação em cenas simultâneas.
CD
The Clash
The Clash Live at Shea Stadium. (Sony BMG, R$ 24,90)
Síntese máxima do punk britânico, o quarteto The Clash, em 1982, havia acabado de lançar o clássico álbum Combat Rock. Naquele mesmo ano o grupo foi convidado para abrir os shows de despedida que o The Who faria pelos Estados Unidos. Em Nova Iorque, no dia 13 de outubro, 70 mil fãs compareceram ao show e "tiveram de agüentar" o The Clash antes que o The Who subisse ao palco. Para piorar, uma forte chuva desabou sobre o público no exato momento do primeiro show. Todos esses contratempos apenas tornam Live at Shea Stadium ainda melhor. Primeiro registro oficial de um show do The Clash na íntegra, o CD está longe de ser um retrato definitivo da banda ao vivo ou em sua melhor forma, mas vale pelas versões aceleradas de hinos punk como "London Calling", "Police on My Back" e pela seqüência final do disco, composta pela trinca "Clampdown", "Should I Stay or Should I Go" e "I Fought the Law".
Livro
Nos Penhascos de Mármore
Ernst Jünger. Cosac Naify, 200 págs., R$ 49. Romance.
Escrito em 1939, o livro de Ernst Jünger (1895-1998) representa uma guinada ideológica na obra de um dos teóricos que serviram de referência para o nazismo. Na história, o narrador e seu irmão, Otho, vivem retirados em uma eremitério, no alto de um despenhadeiro de mármore. Eles se dedicam ao estudo e à catalogação da natureza, ignorando as notícias de que um carrasco está à solta espalhando o terror entre os moradores da região. O romance permite várias interpretações políticas, inclusive e tem elementos simbólicos, como os lugares citados na ação. Campanha, Marina e Mauritânia seriam estágios diferentes do desenvolvimento da humanidade. Já a atividade intelectual dos irmãos seria uma metáfora da submissão da natureza à razão. Integrante da Coleção Prosa do Mundo, que já publicou Tolstói, Stendhal e Beckett, Nos Penhascos de Mármore tem tradução e posfácio de Tercio Redondo, e apresentação de Antonio Candido. "Jünger é um dos maiores prosadores da língua alemã. Seu estilo é inteiramente objetivo, sóbrio, seco, mas luminoso; quase cada página culmina várias vezes em aforismos brilhantes, que lembram os melhores de Lichtenberg e Nietzsche. É um estilo de precisão técnica", escreveu Otto Maria Carpeaux sobre o livro.
Livro
Jó Romance de Um Homem Simples
Joseph Roth. Companhia das Letras, 196 págs., R$ 34,90. Romance.
Enquanto jornalista, Joseph Roth (1894-1939) testemunhou de perto a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Doze anos depois, o austríaco utilizou seu talento para escrever Jó Romance de Um Homem Simples, em que narra de forma brilhante e pessimista a saga de um judeu simples e religioso e de sua família que se despedaça aos poucos.
Em uma cidadezinha russa, Mendel Singer entra em confronto com suas crenças depois do nascimento de Menuhim: seu quarto filho é fraco, epilético e exige atenção especial de Mendel e de sua dedicada esposa Débora. Com o início da guerra, um dos filhos deserta o exército russo enquanto o outro se alista. Durante os acontecimentos, a filha Miriam se aventura sexualmente com cossacos diversos, transformando o paraíso desejado em todas as orações do patriarca em um inferno insuportável. A solução é deixar seu filho doente para trás e partir para os Estados Unidos, sinônimo de alento. As provações continuam e o judeu muda radicalmente sua visão antes inabalável em relação a Deus.
Contemporâneo de Franz Kafka, Thomas Mann e Proust, Roth relê com muita sensibilidade e atualidade o livro bíblico de Jó. A obra, lançada em 1930, foi traduzida diretamente do alemão e vem acrescentar muito às outras obras do autor traduzidas para o português, como A Marcha de Radetzky, A Lenda do Santo Beberrão e Berlim.
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