Sucesso de The Walking Dead na tevê ajudou a alavancar as vendas da HQs no Brasil| Foto: Divulgação

30 mil exemplares é a tiragem da versão brasileira de The Walking Dead

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Com apenas 32 páginas em preto e branco, custando menos do que a média das histórias em quadrinhos vendidas no Brasil, a revista mensal The Walking Dead – matéria-prima do seriado homônimo transformado num fenômeno de audiência mundial na tevê – virou o best­-seller nas bancas nacionais, canteiro que a indústria editorial de gibis vinha valorizando cada vez menos, optando por fazer edições de luxo [leia-se mais caras] para livrarias. Neste momento em que cada um dos 30 mil exemplares da edição brasileira do quadrinho criado e escrito por Robert Kirkman evapora das prateleiras, o selo por trás de sua publicação consagra-se com o respeito dos jornaleiros, dos analistas de mercado e, acima de tudo, do público leitor: a HQM Editora. Restrita a apenas três profissionais, sediados em um prédio na região da Bela Vista, no centro de São Paulo, a empresa, nascida em 2005, derivada do site HQ Maniacs, deu mais um passo neste mês em seu esforço para garantir para si um quinhão de [boas] vendas no latifúndio dos super-he­róis ao lançar o almanaque X-O Manowar. Nos EUA, o personagem vendeu mais de 8 milhões de cópias.

Bárbaro visigodo transformado em vigilante estelar após ser sequestrado por alienígenas no século 1 depois de Cristo, X-O Manowar faz parte da linha de quadrinhos norte-americana Valiant, editora que se impôs nos EUA frente à concorrência da Marvel e da DC. O plano da HQM é trazer todo o catálogo Valiant para o Brasil, assim como relançar, no segundo semestre, o clássico Rocketeer, de Dave Stevens.

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"Neste momento em que estamos diante da volta da inflação e do aumento do dólar, qualquer investimento nesse mercado de quadrinhos é arriscado. Mas vimos com The Walking Dead que existe um consumidor de banca. E hoje vivemos de quadrinho", diz Carlos Costa, que dirige a HQM em parceria com Leonardo Vicente Di Sessa e Artur Pescumo Tavares.

Sucesso

Advogado, Costa, hoje com 38 anos, deixou o Direito de lado para se dedicar aos gibis a partir de 2006, quando publicou o primeiro título da HQM: Invencível.

Também em 2006, a HQM lançou uma versão encadernada de The Walking Dead para livrarias, traduzido como Os Mortos-vivos. Na época, a HQ de Kirkman ainda não havia sido adaptada para a televisão. Foram lançados 11 encadernados de Os Mortos-vivos de 148 páginas, custando cerca de R$ 34, que tiveram boa acolhida, mas não estouraram.

Mas quando a Fox passou a exibir o seriado, veiculado também na Band TV, o trio achou que seria válido reeditar o material, num formato serializado [um por mês], fino, a R$ 3,90. Deu certo. O título, lançado em dezembro, chegou ao nono número e a procura por ele não para.

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"Com a série fazendo muito sucesso na tevê, muita gente que não costuma ler quadrinhos passou a acompanhar a revista, querendo saber mais sobre os personagens, descobrindo quão diferentes são as duas versões", afirma Di Sessa.