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Show do disco Cabeça Dinossauro chega a Curitiba no dia 21 | Divulgação
Show do disco Cabeça Dinossauro chega a Curitiba no dia 21| Foto: Divulgação

Show

Os Titãs, Turnê Cabeça Dinossauro

Curitiba Master Hall (R. Itajubá, 143), (41) 3248-1001. Dia 21 de julho, às 21h30.

Ingressos a R$ 65 (pista inteira, 1º lote) e R$ 60 (área vip, borda do violão). Meia-entrada para estudantes, pessoas com mais de 60 anos, professores, doadores de sangue e portadores de necessidades especiais. Titulares do Cartão Fidelidade Disk Ingressos possuem 50% de desconto na compra de um bilhete. Valores sujeitos a alterações sem aviso prévio.

Classificação indicativa: 16 anos.

  • Moraes Moreira se juntou ao filho Davi para tocar Acabou Chorare ao vivo
  • Martinho da Vila acaba de regravar seu álbum de estreia. Pato Fu e O Rappa também fazem shows de discos clássicos

Quando recebeu o convite do Sesc Belenzinho, em São Paulo, o titã Paulo Miklos não achou lá muito boa a ideia de a banda recriar ao vivo, faixa a faixa, seu disco Cabeça Dinossauro (1986). Mas, depois de algumas ponderações, as apresentações foram marcadas para março. "Seria apenas algo para entrar no pacote das comemorações dos 30 anos dos Titãs", conta (veja o serviço completo do show no Guia Gazeta do Povo).

E nem Moraes Moreira tinha muitas expectativas no ano passado, quando o Instituto Moreira Salles sugeriu que ele fizesse um show do LP Acabou Chorare, clássico de sua antiga banda, os Novos Baianos, que completaria 40 anos em 2012. Ele se juntou ao filho Davi Moraes e os dois fizeram o espetáculo, em agosto de 2011.

Daí em diante, tanto o Cabeça... quanto o Acabou... seguiram caminhos inesperados. Os Titãs fizeram uma temporada no Sesc com ingressos esgotados e, em seguida, no Rio, lotaram duas noites de Circo Voador. Chegam a Curitiba no próximo dia 21, para uma única apresentação do disco no Curitiba Master Hall. Lançada há um mês pela Warner, a reedição especial do disco, incluindo as versões demo das músicas, já vendeu 25 mil cópias. Já Moraes encarou um Circo cheio há duas semanas para mostrar o Acabou — e não mais só com Davi, mas com uma banda completa. Seus planos são seguir até o fim do ano com esse espetáculo, paralelamente ao do recém-lançado disco A Revolta dos Ritmos. "O Acabou Chorare não soa datado", diz o cantor. "As menininhas de 17, 18 anos vão ao show e dizem: ‘Tenho saudade de um tempo que eu não vivi.’"

Oportunidade

De um deleite exclusivo dos fanáticos por música, os projetos relacionados à recriação de álbuns clássicos estão virando, no Brasil, uma boa oportunidade comercial. Há cada vez mais exemplos. O mais ousado deles talvez seja o de Martinho da Vila, que, para o seu novo disco, 4.5 Atual, regravou todas as faixas do seu epônimo LP de estreia, de 1969. Dia 18, O Rappa chega ao Circo Voador com o show do disco Lado B Lado A (de 1999, que ainda este ano ganhará da Warner uma reedição especial, com raridades e novas gravações ao vivo) — o primeiro lote de ingressos se esgotou no dia em que abriram as vendas. Já no dia 27 estreia no projeto Álbum do Sesc Belenzinho o show em que o grupo mineiro Pato Fu recria seu segundo álbum, Gol de Quem?, de 1995, também a ser relançado, pela Sony Music, até meados de agosto.

"Esse disco apresentou o Pato Fu à maior parte do seu público, nos anos 1990", diz o guitarrista John Ulhoa. "Quando saiu a notícia do show, muita gente perguntou quando é que ele ia para outras cidades."

Curador do projeto Álbum (que estreou em março de 2011, com Alceu Valença recriando Vivo, de 1976), Sandro Saraiva diz que não foi movido por saudosismo. "A ideia era fazer com que os artistas retomassem elementos que eles deixaram de lado, mas que hoje são relevantes", conta ele, que ajudou a levar para o palco do Sesc Belenzinho espetáculos que seguiram carreira (como os do Selvagem?, dos Paralamas do Sucesso, e do Tubarões Voadores, de Arrigo Barnabé) e outros que fizeram a alegria dos fãs (caso de Da Lama ao Caos, com a Nação Zumbi; A Bad Donato, com João Donato; e Estamos Adorando Tokio, com o Karnak).

"Começamos tudo por puro amor aos discos", garante Bia Paes Leme, da curadoria da série Grandes Discos da Música Brasileira, do Instituto Moreira Salles, que começou em outubro de 2010 com o show de A Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes e seguiu com os dedicados a Monarco (pelo próprio), O Grande Circo Místico (Edu Lobo), o já citado Acabou Chorare, Sidney Miller (Joyce) e Galos de Briga (João Bosco).

Os próximos espetáculos da série, anuncia Bia, serão com Jards Macalé recriando seu epônimo LP de estreia, de 1972 (em 14 de agosto), e o de Polêmica, disco de 1956 em que os cantores Roberto Paiva e Francisco Egídio gravaram os sambas que Noel Rosa e Wilson Batista fizeram para espicaçar um ao outro. Será dia 11 de setembro, com Monarco e Nelson Sargento.

Fenômeno

A prática de promover com regularidade shows de discos clássicos começou em 2005, com a abertura da série Don’t Look Back, do festival londrino All Tomorrow Parties. Naquele ano, entre outras atrações, estavam os reformados Stooges tocando o disco Funhouse (1970) e o Gang of Four recriando Entertainment!, de 1979. Recentemente, em maio, o Slayer participou da série, relendo o repertório do seu brutal disco Reign in Blood, de 1986.

De 2005 para cá, o fenômeno só se intensificou, com os artistas fazendo turnês só para tocar, na ordem, o repertório de um determinado disco. Foi assim que o Primal Scream comemorou os 20 anos de Screamadelica (com o show que chegou ao Circo Voador em setembro do ano passado) e que o Megadeth está festejando os 20 de Countdown to Extinction (um show está marcado para setembro em São Paulo).

Enquanto isso, o Metallica se diverte em seu festival, o Orion Music + More, tocando na íntegra ora o repertório do disco Ride the Lightning (1984), ora o do Álbum Preto (1991). E a empresa australiana Classic Albums Live solidifica seu negócio montando bandas e produzindo shows de discos históricos do rock, como Brothers in Arms (1985, do Dire Straits) e Rumours (1977, do Fleetwood Mac).

No Brasil, alguns espetáculos na linha "classic albums" seguem como sonhos de consumo, como A Tábua de Esmeralda (1974, de Jorge Ben Jor, que chegou a mobilizar o Queremos) e Pérola Negra (1973, de Luiz Melodia, que ia acontecer no Instituto Moreira Salles mas foi cancelado pelo músico). Para Bia Paes Leme, outro sonho é Brasileiro Profissão Esperança, musical de Paulo Pontes com canções de Antônio Maria e Dolores Duran, que chegou ao LP em 1974 com Clara Nunes e Paulo Gracindo. "Só não achamos ainda a dupla certa", adianta Bia.

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